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Centenas participaram na primeira marcha do Orgulho LGBTI no Funchal

Cerca de 300 pessoas participaram hoje na primeira Marcha do Orgulho LGBTI (Lébiscas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e Intersexo) na cidade do Funchal, uma iniciativa do núcleo regional da Rede Ex Aequo, que terá continuidade no próximo ano.

Centenas participaram na primeira marcha do Orgulho LGBTI no Funchal
Notícias ao Minuto

18:09 - 07/10/17 por Lusa

País Madeira

"O nosso grande objetivo é trazer estas pessoas para a visibilidade e também trazer esta discussão para o espaço público, porque no espaço público podemos certamente discutir estes assuntos de uma forma séria, rigorosa, sem preconceitos e discriminações", disse Emanuel Caires, um dos responsáveis da Rede Ex Aequo na Região Autónoma da Madeira.

A Marcha do Orgulho LGBTI surge integrada num conjunto de iniciativas sob o lema "Viver na Diversidade", onde se conta um arraial que decorre neste momento no Jardim Municipal, no centro da capital madeirense.

"Esta é a primeira marcha e o primeiro arraial assumidamente LGBTI e para o ano vamos estar cá novamente com uma iniciativa do género, para que este trabalho seja contínuo", afirmou Emanuel Caires, realçando que, na Madeira, as questões relacionadas com o género e as opções sexuais "não são muito visíveis".

O responsável denunciou, por outro lado, a existência de pressões "sociais, laborais e culturais" que, depois, resultam "invisibilidade" e no "isolamento" das pessoas.

"Na Rede Ex Aequo, temos um projeto, que é o projeto de Educação LGBTI, onde temos denúncias sobre factos que acontecem na Madeira, onde jovens LGBTI em ambiente escolar são vítimas de discriminação homofóbica, bifóbica e transfóbica", disse, sublinhando que o mesmo ocorre em estabelecimentos noturnos.

A primeira Marcha do Orgulho LGBT no Funchal contou com a participação de muitos jovens, que percorrem algumas ruas do centro da cidade, entre o Largo do Município e o Jardim Municipal, empunhando bandeiras com as cores do arco iris, cartazes com dizeres anti discriminação e gritando palavras de ordem como "Nem menos, nem mais, direitos iguais" e "Sim, sim, sim, somos assim".

Jade Santos, um dos jovens que integrou o desfile, envergando um vestido verde, revelou que ainda sente "muita discriminação" por ser transsexual e considerou que tal resulta, sobretudo, do "medo" e da "falta de informação" que persiste na sociedade madeirense.

"Mas já está a mudar. O progresso já está a chegar", salientou.

O evento organizado pela Rede Ex Aequo, com a designação geral de Funchal Pride, conta com a participação da Associação Abraço, a APF - Associação para o Planeamento da Família, a Fundação Portuguesa "A Comunidade Contra a Sida" e o grupo Mad le's Femme.

A Câmara Municipal do Funchal também deu apoio à iniciativa, bem como o projeto de investigação INTIMATE, sediado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Na primeira Marcha do Orgulho LGBTI do Funchal, participaram ainda elementos da UMAR - União Alternativa de Mulheres e Resposta, da Opus Gay e do NAIF - Núcleo da Amnistia Internacional do Funchal.

"Em Portugal, nestes últimos anos, a mentalidade tem mudado muito, sobretudo com a malta nova. As pessoas da minha idade ainda estão muito no armário", disse o presidente da Opus Gay, António Serzedelo, vincado que a marcha LGBTI não é "propaganda à homossexualidade", mas apenas uma forma de "dizer que deve ser tratada em termos igualdade com a heterossexualidade, com a bissexualidade ou com quem quer ser virgem", porque todas as situações são "respeitáveis".

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