SOS Racismo queria manifestar-se em Lisboa. Grupo de neonazis não deixou
A manifestação da associação SOS Racismo foi marcada pela presença de um grupo de extrema-direita.
© Facebook/Diogo Batalha
País Manifestação
Descolonizando Padre António Vieira’ foi o tema da manifestação que a associação SOS Racismo levou ontem a cabo junto da estátua do filósofo jesuíta no Largo Trindade Coelho, em Lisboa.
Em causa estava o facto de a associação SOS Racismo “não aceitar a estátua” já que, “com a colaboração da igreja, mais de seis milhões de africanos foram escravizados pelos portugueses no tráfico transatlântico”. Para a associação SOS Racismo, Padre António Vieira era “um escravagista seletivo”.
“A colonização portuguesa no final do século XVI já tinha dizimado 90% da população indígena. A evangelização jesuíta foi a maior responsável pelo etnocídio ameríndio”, lê-se no cartaz que agendava a manifestação.
No entanto, os organizadores do protesto, que estava agendado para as 15h00, não conseguiram concretizar a ação a que se tinham proposto, nomeadamente levar flores, cartazes e velas “em homenagem a africanos e ameríndios”, pode ler-se numa publicação na página de Facebook de Mamadou Ba, dirigente da associação.
Isto porque, perante esta iniciativa, um grupo de extrema-direita, os 'hammerskins', marcou presença com uma contra-manifestação. A presença deste grupo pode ser confirmada através de fotografias publicadas na rede social nos comentários aos posts de Mamadou Ba.
Perante a presença do grupo de extrema-direita, Mamadou Ba reagiu nas redes socais, manifestando que "na tal democracia, estamos neste momento cercados por nazis". “Há muito tempo que não me sentia tão enjoado com tantas ratazanas nazis a sair dos esgotos”, acrescenta.
Já ao final do dia, o dirigente da associação escreveu que os ativistas contra o racismo fora “cercados, fotografados, filmados, coagidos e ameaçados". "Alguns de nós, diretamente e de forma explicitamente violenta por Hammerskins e um bandos de energúmenos nazi-fascistas perante a passividade total da PSP, foi um enorme momento de relaxe e de recarregamento das baterias para a luta contra a peste”.
Ao Notícias ao Minuto a PSP garantiu que se tratou de “uma manifestação pacífica, não se tendo registado qualquer tipo de incidente”. De acordo com a mesma fonte, “assim que os manifestantes perceberam que a presença da força de segurança não permitiria que houvesse qualquer tipo de confronto, começaram a dispersar-se”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com