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Catalunha: Fazenda relata ambiente festivo e "extraordinária afluência"

O fundador do Bloco de Esquerda Luís Fazenda, que está a acompanhar o referendo de hoje na Catalunha, relatou à Lusa "um ambiente festivo" e "muito emotivo" nas secções de voto por passou, dando conta de "uma extraordinária afluência".

Catalunha: Fazenda relata ambiente festivo e "extraordinária afluência"
Notícias ao Minuto

10:57 - 01/10/17 por Lusa

País Referendo

O professor, que está numa localidade no sul de Barcelona como observador da consulta popular, a convite da Generalitat da Catalunha (governo regional), já esteve hoje em quatro secções de voto e espera visitar ainda outras seis ou sete até ao fecho das urnas neste referendo sobre a independência do território catalão.

Em declarações por telefone à Lusa, Luís Fazenda afirmou que o ambiente a que tem assistido é "de festa": "As [secções de voto] que tenho percorrido até agora têm uma extraordinária afluência. Há um ambiente festivo, um ambiente muito emotivo, verdadeiramente marcante."

Luís Fazenda relatou que os Mossos d'Esquadra, a polícia regional catalã, "supostamente deveriam fechar as urnas", mas o que está a acontecer é que "chegam, levantam o auto de notícia, são aplaudidos e vão-se embora".

Para o observador português, "há uma espécie de jogo do gato e do rato" entre os Mossos d'Esquadra e a Guardía Civil espanhola, que tem estado a fazer "algumas intervenções seletivas em Barcelona, sobretudo nas mesas eleitorais onde votam altos cargos do governo da Catalunha".

Luís Fazenda reportou que as imagens das intervenções da Guardia Civil "estão a ser transmitidas em todo o lado", mas sublinhou que "há mais de 2.200 secções de voto e cerca de seis mil mesas em toda a Catalunha".

Questionado sobre se entende que os confrontos que têm sido registados não são representativos, Luís Fazenda afirmou que "são uma componente da situação que transmitem a ideia de que está a haver um ambiente tumultuado e que o referendo não está a ter a serenidade necessária para ser efetivo e para ser respeitado".

Mas, "na verdade, essas secções de voto foram escolhidas exatamente por serem onde se deslocam o presidente da Catalunha, o presidente do parlamento e outras personalidades" de peso na região e, "no resto do território da Catalunha, até agora, o ambiente é de grande participação e tranquilidade".

Fazenda relatou ainda que o que existe é "um sentimento nacional e isso é uma festa à parte", acrescentando que, nas secções de voto, "as pessoas cantam, as pessoas mostram alegria, e outras choram", considerando que "tudo isso é tocante".

Ainda sobre o "jogo do gato e do rato" entre a polícia nacional e a regional, Luís Fazenda referiu que estes episódios "fazem lembrar algumas coisas do 25 de Abril" porque se trata das "primeiras eleições livres, com uma afluência enorme e logo desde a madrugada".

"Aqui houve uma defesa ativa de muitas das secções de voto, as pessoas estavam dentro das escolas desde sexta-feira, quando fecharam, de maneira a impedir que fossem ocupadas pela polícia, durante a noite estiveram aqui piquetes de vários lados e logo pela manhã houve uma enorme afluência", contou.

Outro problema que tem estado a ser levantado é o funcionamento das comunicações, uma vez que os cadernos eleitorais estão numa aplicação informática e, segundo Luís Fazenda, "volta e meia essa aplicação cai".

Luís Fazenda acrescentou que "na última hora, [a aplicação] foi restaurada e está tudo a funcionar", mas admite que possa haver novas perturbações.

Isto porque o acesso à internet "é que é verdadeiramente a coluna vertebral desta votação" e, "se houver um corte de comunicações, essa seria a forma de fazer abortar todo o processo", afirmou o académico, sublinhando no entanto que, nesta altura, "isso é pura especulação".

Os catalães apoiantes da independência da região estão hoje a tentar votar num referendo suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol enquanto as autoridades de Madrid tentam impedir a realização da consulta popular com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.

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