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Falta de residências universitárias em Lisboa é "um problema colossal"

A falta de residências universitárias é um problema "colossal", segundo o presidente da Federação Académica de Lisboa, que defende um investimento nesta área e a possibilidade de as famílias poderem deduzir em IRS as despesas com o arrendamento.

Falta de residências universitárias em Lisboa é "um problema colossal"
Notícias ao Minuto

09:52 - 23/09/17 por Lusa

País Ensino Superior

Em declarações à agência Lusa, João Rodrigues explicou que na cidade de Lisboa, onde existem três universidades públicas e um instituto politécnico, o número de camas em residências universitárias é reduzido, nalguns casos o rácio é de uma cama para dez mil estudantes.

"É colossal. Do ano passado para este houve um aumento de preços de 10% em termos médios", disse João Rodrigues, acrescentando que há casos de estudantes a pagar 450 euros por um quarto, que é 60% do valor financeiro disponível do agregado familiar para o estudante frequentar o ensino superior.

Face ao aumento do número de estudantes, à pressão turística e ainda devido às alterações legislativas de atualização dos preços do arrendamento de casas, os preços dispararam nos últimos dois anos.

"Já exigimos ao Ministério do Ensino Superior que resolva esta questão apetrechando melhor as infraestruturas existentes", disse João Rodrigues, adiantando que os estudantes defendem não só o aumento do financiamento das instituições de ensino superior, para que as residências universitárias sejam uma realidade, como também em sede de IRS permitir dedução de despesa.

O dirigente académico explicou que o próximo Orçamento do Estado deveria permitir a inscrição na rúbrica de despesas de educação do valor pago pelas famílias no arrendamento de casas ou quartos para um estudante deslocado.

"Não é uma solução estrutural, é circunstancial, mas permitiria combater a evasão fiscal que existe claramente no mercado arrendatário a estudantes do ensino superior", defendeu, observando que a medida moralizava o sistema, ajudava as famílias e teria retorno para o Estado.

Caso os alertas dos estudantes não sejam ouvidos para encontrar soluções para este problema que se está a agravar, João Rodrigues equaciona uma reação estudantil com protestos.

"Se o Governo assume publicamente que o ensino superior é uma prioridade, tem de começar a dar o exemplo. Os estudantes têm feito diariamente, dando soluções construtivas e, caso não sejam ouvidos, cá estaremos para outras posições", disse.

A realidade da habitação estudantil em Lisboa, adiantou, é diferente de outras academias, sofrendo atualmente maior pressão, contudo garante que o mesmo já se começa a sentir em Aveiro e Évora.

Na cerimónia de abertura do Ano Académico da Universidade de Lisboa, o reitor também alertou para a crescente inflação de preços no arrendamento de casas e quartos, indicando que está a criar dificuldades aos estudantes do ensino superior.

António Cruz Serra disse ser urgente a oferta de mais e melhores residências universitárias, tendo a Universidade de Lisboa iniciado um programa de construção dessas infraestruturas.

"Estamos a construir uma residência no 'campus' da Ajuda, que irá alojar, a partir do próximo ano, 180 estudantes. Está em fase final de licenciamento uma outra residência no 'campus' da cidade universitária com capacidade para 150 estudantes, e foi lançado concurso para a concessão e reabilitação de um edifício, nas instalações da Escola Politécnica, que será também explorado como residência de estudantes", explicou.

Cruz Serra disse ainda que a Universidade tem também um grande projeto que será a construção de uma residência para 800 estudantes na cidade universitária, junto à Biblioteca Nacional, a terminar antes do final do seu mandato de quatro anos.

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