No Dia Europeu Sem Carros eis as cinco prioridades a ter em conta
Hoje termina a Semana Europeia da Mobilidade que, este ano, teve como tema a mobilidade verde, partilhada e inteligente.
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Auto Ambiente
No Dia Europeu Sem Carros, a Associação ZERO lamenta o facto de o número de municípios que participam na iniciativa vir a descer de forma consecutiva.
No ano passado foram apenas 58 os municípios que aderiram à iniciativa quando, no ano anterior, tinham sido 60. E o número tem vindo a descer: em 2014 foram 74 as autarquias que aderiram e em 2015 já só foram 63.
Face a esta situação, e numa altura em que as alterações climáticas estão na ordem do dia, a ZERO selecionou cinco medidas que considera as mais importantes a serem implementadas para que se aumente a qualidade de vida, em particular nas cidades de maior dimensão, onde os valores-limite de ruído e ou de poluentes do ar são ultrapassados.
Priorizar a partilha e não a propriedade
Mudança passa pela atitude de cada e de todos os cidadãos© iStock
Para a ZERO, mais do que incutir mudanças nas infraestruturas, nos preços ou na tecnologia, há que incutir as ditas mudanças na atitude de cada cidadão. E isso passa por uma partilha de viaturas que é “mais económica e amiga do ambiente”, o que não sucede quando cada cidadão é proprietário de um automóvel. Assim, a associação sublinha que “é preciso apostar nos serviços de mobilidade e na gestão da procura mais do que continuar a suportar custos enormes com a aquisição, operação e manutenção do automóvel”.
Política responsável de mobilidade por parte das empresas
Política das empresas deve englobar um plano de mobilidade que inclua a própria frota© iStock
A Zero defende que as empresas com mais de 250 trabalhadores devem ter uma “política e um plano de mobilidade obrigatório para os seus serviços e para os colaboradores, com metas a cumprir em termos de emissões, nomeadamente apoiando o recurso ao transporte coletivo, a sistemas de partilha de veículos e de bicicletas e investindo em veículos elétricos”. Mas não só. A política de responsabilidade deve englobar também as “frotas de empresa e os apoios dados ao estacionamento de automóveis das empresas para uso dos colaboradores ou aos seus veículos particulares” que, sublinha a associação, são “responsáveis por uma enorme contribuição para o tráfego rodoviário nos centros urbanos”.
Melhorar o transporte público e penalizar o transporte individual
Há que melhorar o transporte público coletivo para este passar a ser uma opção viável© Global Imagens
A associação reconhece que há um conjunto de situações – horários limitados, bilhética complicada, custos elevados, falta de conforto – que contribui para que os cidadãos optem pelo transporte individual em detrimento do coletivo. Por essa razão o que há a fazer é “simplificar, transferir receitas do transporte rodoviário individual para o transporte público, facilitar o estacionamento a baixo custo nas zonas periféricas das cidades e impor mais limitações ao uso do carro no interior dos centros urbanos, informando a população das alternativas de uma mobilidade mais sustentável e partilhada”.
Aumentar as zonas pedonais e cicláveis
Portugal é o segundo país europeu que menos usa a bicicleta como meio de transporte© iStock
Portugal é, depois de Malta, o segundo país europeu com menor uso da bicicleta como meio de transporte. Para alterar esta tendência, a Zero propõe a existência de “metas municipais anuais de área pedonal e ciclável, possibilidade de benefício fiscal via IRS na aquisição de bicicleta e a implementação de sistemas de bicicletas partilhadas”.
Promover o veículo elétrico e expandir os pontos de carregamento
Zero alerta para discrepância entre empresas e privados na aquisição de carros elétricos© iStock
Reduzir a poluição passa pela mobilidade elétrica, razão pela qual a Zero alerta para este setor. Sublinhando a necessidade de se expandir a rede de postos de carregamento, a associação alerta para aquilo que considera ser uma “discriminação entre empresas e particulares, na medida em que as empresas podem recuperar o investimento através do IRC, IVA e do apoio governamental do Fundo Ambiental”. Em sentido contrário, refere a associação, os particulares “só podem recorrer a este último apoio no valor de 2.250 euros”, sendo que para este ano o valor em causa já está “praticamente esgotado para os mil veículos previstos”.
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