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Trabalhadoras do El Corte Inglés protestam em Gaia contra "assédio moral"

Meia dezena de trabalhadoras do El Corte Inglés manifestaram-se hoje frente à loja de Vila Nova de Gaia, em protesto por melhores salários, maior flexibilidade de horários e contra o "assédio moral" das chefias de que dizem ser vítimas.

Trabalhadoras do El Corte Inglés protestam em Gaia contra "assédio moral"
Notícias ao Minuto

13:47 - 16/09/17 por Lusa

País Lojas

"Quando entrámos [a trabalhar no El Corte Inglés] disseram-nos que isto era uma família e que íamos ser tratados como tal. Isso nunca se viu", lamentou Célia Cardoso, dirigente sindical e trabalhadora naquela loja há 11 anos -- "desde que abriu" - que denunciou ainda o "assédio moral constante a quem pede flexibilidade de horários".

A porta-voz contou ter já reunido com a administração, apresentando as reivindicações dos trabalhadores, mas as respostas "são tudo não".

"Vimos sempre de mãos a abanar das reuniões. Falar com eles não vale nada", lamentou a trabalhadora segundo a qual o subsídio de alimentação não é aumentado há 11 anos, "só as chefias" têm direito a seguro de saúde e os sapatos de fardamento têm de ser comprados pelos funcionários, embora a empresa "exija um modelo específico".

Também Susana Marques, trabalhadora no El Corte Inglés de Gaia há 11 anos, pede "horários mais flexíveis e que parem com o assédio moral".

"Chamam-nos para os armazéns [onde não há vendas, logo não há comissões] para nos intimidar. Colocam-nos em pisos que não são os nossos como forma de castigo", criticou a trabalhadora, defendendo que os trabalhadores colocam "milhões na empresa em vendas e horas de trabalho e quando pedem flexibilidade de horário é recusado".

O "excesso de trabalho" e a "falta de flexibilidade de horário" foram também denunciados pelas trabalhadoras Vera Duarte e Cláudia Paula.

As trabalhadoras hoje em protesto exigem "o pagamento dos feriados e horários de trabalho de acordo com o contrato coletivo de trabalho", bem como "o fim do assédio moral", tal como se podia ler numa faixa que seguravam em frente à loja.

O protesto visou ainda denunciar que "os trabalhadores continuam à espera de aumentos justos de salários que melhorem o seu poder de compra, de uma sala de descanso, do respeito pelo direito às pausas, de poderem ir à casa de banho quando necessitam, de beber água sem serem perseguidos pelas chefias [e] de melhores sistemas detetores de alarmes/notas falsas", indica comunicado do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) que se juntou à manifestação.

No documento é ainda denunciado o "ambiente de terror e opressão" vivido na loja e os "processos disciplinares abusivos e falsos" que são instaurados.

"A manifestação de hoje é um pontapé de arranque para a denúncia" do "ambiente de assédio moral que existe", relatou Marisa Ribeiro, coordenadora do sindicato presente no protesto e segundo a qual, naquela loja as "mães que pedem flexibilidade de horário, a que têm direito, são perseguidas"

Durante a tarde de hoje, as trabalhadoras em protesto irão reunir-se com outros funcionários para analisar mais formas de luta.

Contactada pela Lusa, Susana Santos, chefe de relações externas do El Corte Inglés, assinalou que as pessoas são o "ativo mais importante" da empresa e que o protesto em causa é "perfeitamente legítimo", escusando-se a comentar as denúncias e reivindicações que disse não conhecer.

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