O dirigente da Fundação Júlio Resende, Victor Costa, explicou que a ideia partiu de Isolina de Carvalho, do Conselho de Fundadores daquela instituição dos arredores do Porto, na sequência da tragédia "vivida na Estrada Nacional 236", lançando-se então um "apelo de solidariedade a pintores e escultores".
Dois meses volvidos, o apelo "superou as expetativas" e, segundo o presidente da fundação, "mais de 100 artistas contribuíram com obras de arte para o leilão", que entre hoje e sexta-feira estarão em exposição no Lugar do Desenho, local onde no sábado, a partir das 16:00, decorrerá o leilão solidário.
Do conjunto de mais de 100 obras em exposição fazem parte pinturas, esculturas e fotografias, revertendo a receita na "íntegra para financiar bolsas de estudo em Artes", explicou Victor Costa de um apoio que versará "artes plásticas, cinema, música, dança e artes performativas".
Destinada a bolseiros residentes em Pedrógão Grande e concelhos vizinhos, a receita integrará um fundo constituído pela fundação e que funcionará como a primeira fase de um projeto que pretendem os promotores seja alargado ao município e ao Estado.
"Queremos criar em Pedrógão Grande um emblemático espaço das Artes que possa ser uma espécie de memorial inacabado", explicou Victor Costa, pretendendo desta forma "simbolizar o movimento de solidariedade dos 100 artistas".
Nesse memorial ficarão expostas as obras de arte "que não venham a ser vendidas no leilão", sublinhou o presidente de um espaço que deseja "seja condigno, imaginativo e distintivo" e que através da arte "honre os mortos e esperance os vivos".
"Certamente que Júlio Resende, artista superior e homem bom que era, ficaria sensibilizado por a sua fundação congregar 100 artistas solidários quando 100 anos se passam do seu nascimento", argumentou o responsável.