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Incêndios: Mais de 213 mil hectares ardidos, o pior ano da última década

Os incêndios florestais consumiram este ano mais de 213 mil hectares, o valor mais elevados nos últimos dez anos e duas vezes mais do que a média anual de área ardida para o mesmo período.

Incêndios: Mais de 213 mil hectares ardidos, o pior ano da última década
Notícias ao Minuto

07:45 - 05/09/17 por Lusa

País ICNF

De acordo com o relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), relativo ao período entre 1 de janeiro e 31 de agosto, registaram-se um total de 12.377 ocorrências (2.652 incêndios florestais e 9.725 fogachos), que resultaram em 213.986 hectares de área ardida de espaços florestais, tendo sido seis fogos os responsáveis por quase metade da área ardida. Dos mais de 213 mil hectares ardidos, segundo o ICNF, mais de 20 mil dizem respeito a áreas protegidas

Até 31 de agosto houve 915 reacendimentos, menos 18% do que a média anual do período 2007-2016.

O distrito com maior área ardida é Castelo Branco, com 37.234 hectares, cerca de 17% da área total ardida até à data em Portugal Continental, seguido de Santarém, com 35.937 hectares, e de Coimbra, com 25.593 hectares.

O incêndio que provocou maior área ardida no distrito de Castelo Branco teve a sua origem na freguesia de Várzea Dos Cavaleiros, concelho da Sertã, e consumiu 29.752 hectares de espaços florestais (80% do total ardido no distrito).

Já em termos de ocorrências, o distrito com maior número é o Porto (2.969), seguido de Braga (1.333) e Viseu (1.203).

"Em qualquer um dos casos as ocorrências são maioritariamente fogachos, ou seja, ocorrências de reduzida dimensão que não ultrapassam 1 hectare de área ardida. No caso específico do distrito do Porto a percentagem de fogachos é de 89%", esclarece o relatório do INCF.

Da análise do índice de severidade diário (DSR), acumulado desde 1 de janeiro, o ICNF indica que 2017 é o segundo ano mais severo desde 2003, ultrapassado apenas por 2005.

Face às condições meteorológicas adversas, favoráveis à propagação de incêndios florestais, a Autoridade Nacional de Proteção Civil decretou, até à data, 66 dias de alerta especial de nível amarelo ou superior do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), dos quais se destacam 28 dias em agosto, acrescenta o relatório.

O número de ocorrências registado mensalmente mostra que apenas os meses de janeiro, abril e junho de 2017 ficaram acima das médias mensais do decénio 2007-2016. Em agosto registou-se o maior número mensal de ocorrências (3.921).

O mês de agosto lidera com a maior área ardida em Portugal Continental (81.313 hectares), que representa cerca de 38% da área ardida total até à data.

Quanto aos grandes incêndios (com área total afetada igual ou superior a 100 hectares), até 31 de agosto registaram-se 123 incêndios desta categoria, que queimaram 193.111 hectares de espaços florestais, cerca de 90% do total da área ardida.

Segundo os dados do ICNF, os piores anos de sempre em área ardida registaram-se em 2003 (425.839 hectares) e 2005 (339.089).

Quase 79% de Portugal continental encontrava-se em julho em situação de seca severa e extrema, segundo o boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que aponta um ligeiro desagravamento da seca severa (passou de 72,3% para 69,6%) e um pequeno agravamento na seca extrema (passou de 7,3% para 9,2%).

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