O equipamento tecnológico, que foi apresentado hoje no quartel dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha, é baseado em dois sensores que são colocados no bombeiro para captar em tempo real os sinais vitais, níveis de stress e fadiga, entre outros.
O sistema permite ainda recolher dados do meio ambiente, como a temperatura, gases tóxicos a que o bombeiro está exposto, ou luminosidade, bem como a localização georeferenciada.
"Esta informação é transmitida depois para um servidor e para um meio de comando que, desta forma, pode saber exatamente onde é que o bombeiro está, a que variáveis é que pode estar sujeito, tanto ambientais como fisiológicas, e tentar da melhor forma gerir a equipa", disse o investigador Duarte Dias.
Os investigadores dizem que a utilização deste equipamento pode contribuir para aumentar a segurança dos bombeiros, que se encontram muitas vezes em situação de risco.
"Existem estudos internacionais que demonstram que 67% das fatalidades que ocorrem com bombeiros são resultantes de problemas de stress e de esforço excessivo. Nós, com o nosso sistema, aquilo que vamos conseguir é antecipar a situação de falência física e, desta forma, tentar aumentar a segurança do bombeiro", disse o investigador Rui Rosas.
O Comandante dos Bombeiros de Albergaria, José Valente, também não tem dúvidas quanto à importância deste equipamento para a segurança e rentabilização dos meios humanos que estão no teatro de operações.
"Toda a informação que possamos obter a cada momento de cada um dos operacionais é uma mais-valia não só para tirar a rentabilidade maior possível, mas também saber quais são as suas fraquezas e potencialidades e dai tirar maior rendimento da sua intervenção", disse o comandante.
O equipamento, que tem vindo a ser testado há três anos pelos Bombeiros de Albergaria-a-Velha em situações reais, pode ainda ser usado por outros profissionais de primeira resposta, como polícias e paramédicos.
"Estamos numa fase muito avançada em termos de validação da solução, do ponto de vista tecnológico", disse Rui Rosas, adiantando que o sistema tem mais de 700 horas de recolha de dados e análise, em cenário real.
Atualmente, a equipa de investigadores está a procura de investidores para lançar uma solução comercial, visando sobretudo o mercado norte-americano.
"O mercado nacional não tem dimensão desejada numa perspetiva comercial e o mercado mais interessante seria o mercado norte-americano", disse Rui Rosas.
A equipa de investigadores viaja no mês de setembro para os Estados Unidos da América onde vai permanecer durante dois meses, ao abrigo de um "programa de aceleração" com Carnegie Mellon/Portugal, para tentar procurar investimento estrangeiro para esta solução.