POUPANÇA NO MINUTO
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O que exige o parecer final sobre livros controversos da Porto Editora
Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género reconhece que livros estabelecem uma diferenciação de sexos e pede à Porto Editora que proceda a alterações e emita um só Bloco de Exercícios para todos.
© iStock
País Comissões
Foi nas redes sociais que começou a polémica e rapidamente proliferaram as críticas à Porto Editora. No centro da controvérsia estão os livros ‘Bloco de Atividades’ para meninos e meninas dos quatro aos seis anos, e que muitos consideram ser uma prova de sexismo por haver exercícios diferentes para cada um dos géneros.
Vários foram os leitores, pais e educadores a fazer uma denúncia junto da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), que na altura emitiu um esclarecimento pela mesma via, no seu perfil de Facebook, onde garantia estar a “analisar as referidas publicações, para agir em conformidade”. Dias depois, e por orientação do ministro-adjunto Eduardo Cabrita, esta mesma entidade recomendou a retirada do mercado dos Blocos de Atividades da Porto Editora.
O relatório completo foi agora divulgado, com a comissão a explicar o porquê da sua decisão e aconselhando a editora a proceder a alterações. Segundo a CIG, a simples segregação de blocos para rapazes e para raparigas contraria "o princípio de igualdade de oportunidades independentemente do sexo", pelo que aconselha a que os exercícios sejam compilados numa só obra de modo a permitir que todos possam "experimentar todas as possibilidades que a realidade oferece".
Num documemnto assinado pela presidente da comissão, Teresa Fragoso, pode ler-se, ainda, que embora as atividades propostas sejam, "aparentemente, semelhantes, as ilustrações apresentadas diferem consoante o sexo a que se dirigem, reforçando os estereótipos de género". Dá como exemplo o facto de a imagem dos rapazes estar sempre associada a uma atitude mais ativa, enquanto a das meninas está associada a uma ideia de passividade.
Por fim, refere-se ao grau de dificuldade dos exercícios, considerando que no bloco de exercícios para rapazes existem mais exercícios de maior complexidade, algo que se acredita poder reforçar a ideia de que “há desigualdades das capacidades cognitivas”.
Saliente-se que entretanto a Porto Editora acolheu a recomendação da CIG e decidiu suspender a venda dos blocos de atividades.
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