As chamas 'lamberam' o perímetro urbano das três localidades, embora sem destruir nenhuma habitação, obrigando os habitantes e bombeiros a intenso trabalho para impedir a propagação do fogo.
"Foi muito mau, com o fogo a chegar ao pé das casas", enfatiza António Marques, de 79 anos, de Paiágua, que não "pregou olho' durante a noite.
A mulher, Maria Peres, que também não se deitou para ajudar no combate, exclama: "Ontem [quinta-feira], estivemos rodeados de fogo e hoje é de fumo".
O casal realça a prontidão dos bombeiros e o trabalho do Exército, que durante o dia de quinta-feira andou a operar em redor da povoação.
Na Silvosa, Olívia Malhão realça que a população não se deitou para proteger o "que é seu" com mangueiras, baldes e alfaias agrícolas.
"O fogo andou de volta da aldeia e ainda queimou um barracão e os cedros circundantes à escola", referiu a habitante, acrescentando que as chamas "chegaram rápido".
De enxada ao ombro, Abílio Gonçalves dos Santos, de 78 anos, diz que "foi uma coisa doida" e que não se lembra de nenhum incêndio "tão complicado".
Os dois incêndios que atingiram o concelho de Oleiros nos últimos dias estavam a ser combatidos, às 11:15 de hoje, por 847 operacionais, 273 veículos terrestres e 12 meios aéreos.
As chamas, segundo o presidente do município, Fernando Jorge, já destruíram 10 mil hectares de floresta.
Segundo o autarca, na manhã de hoje a situação está mais calma e o incêndio apresenta, no concelho, apenas uma frente ativa.