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Bastonário: Portugal coloca muitos obstáculos a quem quer ter um animal

Portugal é ainda um país cheio de obstáculos a quem tem ou quer ter um animal de companhia, defendeu o bastonário dos veterinários, alertando que há ainda um longo caminho a percorrer no combate aos maus tratos.

Bastonário: Portugal coloca muitos obstáculos a quem quer ter um animal
Notícias ao Minuto

10:27 - 19/08/17 por Lusa

País Jorge Cid

"Num país em que ainda se maltratam crianças e idosos, é evidente que não vão desaparecer os maus tratos aos animais, mas penso que aí estamos no bom caminho. Acho que as pessoas estão a tratar cada vez melhor os seus animais", disse o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), Jorge Cid, à Lusa, a propósito do Dia Internacional do Animal Abandonado, que hoje se assinala.

No entanto, defendeu Jorge Cid, é muitas vezes o Estado a dificultar a tarefa de quem quer adotar um animal abandonado, impondo limitações e taxas que, do ponto de vista do bastonário, não têm justificação e enumera exemplos: as proibições de entrada em alguns jardins públicos, a proibição de entrada na restauração, nos hotéis, nos transportes públicos.

"Estamos muito atrás do que se passa na Europa. Aqui é só autocolantes a dizer 'proibido entrar o animal'. O Estado ainda criou uma taxa para ter um animal, o que não tem sentido nenhum. Em vez de se criarem situações para se facilitar ter animais, não. São todos contra o abandono, mas depois não se vê grandes políticas que possam fazer com que o abandono não exista. E essa é que é a realidade, ainda que seja perfeitamente condenável", disse Jorge Cid, sublinhando que nada justifica abandonar um animal.

Para tentar contrariar o abandono, e mitigar algumas das razões que, por vezes, estão na sua origem, a OMV lançou um programa nacional de cheque solidário para famílias carenciadas, que garante a vacinação, desparasitação e identificação eletrónica gratuitas dos animais de companhia.

O protocolo é uma parceria com as autarquias, nomeadamente com as juntas de freguesia, que procedem à identificação das famílias carenciadas.

"As pessoas não pagam nada. As juntas de freguesia pagam à OMV e a OMV paga aos médicos veterinários. As pessoas podem escolher livremente a clínica, é-lhes dada uma lista e em princípio escolhem por proximidade da sua residência", disse Jorge Cid.

Há ainda um projeto para cheques-identificação (para identificação eletrónica dos animais) e cheques-urgência, para garantir que um animal, sobretudo em período noturno, possa ser recolhido e tratado nas clínicas protocoladas, com os custos a serem depois imputados às autarquias, mas sempre a preços reduzidos.

Estas duas modalidades estão ainda a ser discutidas com as juntas de freguesia.

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