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Um ano depois do incêndio do Andanças, como está a situação dos lesados?

Pedro Proença, advogado dos lesados, garante que a ação judicial deverá ser entregue ainda este mês.

Um ano depois do incêndio do Andanças, como está a situação dos lesados?
Notícias ao Minuto

12:45 - 03/08/17 por Inês André de Figueiredo

País Justiça

Passa hoje exatamente um ano sobre incêndio que fez arder quase 500 carros no Festival Andanças, em Castelo de Vide. O tempo não levou à resolução do caso e a grande maioria dos lesados continua sem ser ressarcido pelos danos materiais sofridos naquele dia.

Pedro Proença, advogado dos lesados, explicou ao Notícias ao Minuto que houve “uma espera de quase seis meses” para se “verificar o que se ia passar no processo-crime”. “No fim desse período, e tomada a decisão de avançarmos apenas no plano da responsabilidade civil contra a Câmara de Castelo de Vide e contra a organização do festival, houve necessidade de perder algum tempo a explicar a todos aqueles lesados quais seriam os termos da ação, a perspetiva, os custos”, esclareceu.

Neste processo estão envolvidos 69 lesados, sendo este o número dos que aceitaram avançar com a ação judicial, depois de um período de reflexão. Os outros que não avançaram “conformaram-se com o prejuízo que tiveram, por razões pessoais, profissionais ou por razões de impossibilidade económica”.

Na última semana foram recolhidos os comprovativos de pagamento da taxa de justiça que é precisa para a interposição da ação e, de acordo com o advogado, a ação está praticamente pronta e deverá ser entregue “até ao final deste mês” [agosto].

Em média, cada lesado teve de despender 400 euros, mas, segundo o advogado, “esta é a única forma jurídica” de estas pessoas serem ressarcidas dos prejuízos.

“Acho que existem evidências claras de que estas entidades são responsáveis, não pela ignição do incêndio mas pelas falhas de segurança que permitiram a propagação do incêndio àquele número de viaturas”, referiu, mostrando-se confiante de que estas pessoas podem recuperar parte dos prejuízos.

Porém, o advogado alerta que em causa está “um processo muito longo, moroso e dispendioso, sobretudo nas taxas de justiça e peritagens”.

Questionado sobre a forma como estas pessoas têm ultrapassado a situação, Pedro Proença foi perentório: “O estado de espírito é mau e há muita gente que tem necessidade de ser acompanhada psicologicamente, não tanto pelo incidente em si, mas sobretudo pelo facto de se sentirem desprotegidas e desapoiadas”, explica.

“Há pessoas que ficaram privadas de carro, que não têm ainda viatura, que trabalhavam longe de casa, que levavam os filhos à escola e que têm uma vida muito dificultada devido a esta situação”, acrescenta.

Em declarações à TSF, no mesmo âmbito, Pedro Proença já havia esclarecido que os montantes que exigem para a indemnização são de cerca de 800 mil euros por danos patrimoniais e 600 mil por danos morais.

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