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Pedrógão: Morte de reformado de 82 anos também vai ser investigada

José Rosa Tomás, reformado em Nodeirinho que estava acamado, viu a sua condição piorar após a passagem do incêndio de Pedrógão Grande, tendo falecido a 15 de julho, situação que o Ministério Público vai investigar.

Pedrógão: Morte de reformado de 82 anos também vai ser investigada
Notícias ao Minuto

08:08 - 26/07/17 por Lusa

País Ministério Público

O reformado da PSP, de 82 anos, estava acamado sem andar "há mais de um ano" com um quadro de multipatologia, sofrendo de problemas respiratórios e de hipotensão, sendo que no dia 17 de junho, quando as chamas chegaram a Nodeirinho, aldeia de Pedrógão Grande, a sua condição piorou, disse à agência Lusa o filho, Alfredo Tomás, de 55 anos, que considera que o seu pai é uma "vítima indireta" das chamas que lavraram na região.

O Ministério Público, em comunicado divulgado na terça-feira, explica que a morte de José Rosa Tomás, "até ao momento, não está sinalizada como diretamente relacionada com o incêndio", mas que não vai deixar de "recolher elementos com vista a definir todas as circunstâncias em que a mesma ocorreu".

Nesse mesmo comunicado, enviado à redações, a Procuradoria-Geral da República divulga a lista de nomes das 64 pessoas que morreram no incêndio de Pedrógão Grande, não alterando, desta forma, o número de vítimas mortais que tanta polémica tem gerado nos últimos dias.

Mais esclarece. A morte de José Rosa Tomás está a ser investigada com a de Alzira Carvalho da Costa, que perdeu a vida num acidente de viação, por se tratarem de mortes que, até ao momento, não estão sinalizadas como "diretamente relacionadas com o incêndio".

Incêndio "não foi causa direta, mas foi indireta"

No dia 17 de junho, um anexo da casa junto ao quarto de José Rosa Tomás ardeu por completo e, no quarto onde o reformado estava deitado, "o fumo entrou" - cheiro que ainda não desapareceu por completo da divisão.

"Isto escaldava. A parede escaldava", sublinhou Alfredo, que acabou por retirar o pai do quarto e levá-lo para outra divisão.

Segundo o filho, o pai já tinha uma situação clínica frágil, mas o fumo e o facto de ter vivido momentos tensos "pioraram a condição" de José Rosa Tomás, que trabalhou grande parte da vida adulta em Sintra, na PSP, tendo decidido passar a sua reforma em Nodeirinho, localidade onde tinha casado.

Logo a 18 de junho, Alfredo Tomás levou o pai até ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

"Esteve lá umas horas e deram-lhe alta", relata o filho da vítima, que voltou a levar o pai ao CHUC quando este estava "com muita dificuldade em respirar", para voltar a receber alta "passadas cinco ou seis horas".

"Não concordo que não o tenham internado", frisa, referindo que a 10 de julho o pai deu entrada nos cuidados continuados em Figueiró dos Vinhos, para no dia seguinte o informarem que tinham enviado José Rosa Tomás "para o Hospital dos Covões", em Coimbra.

Passados dois dias, recebeu informação do hospital que "a situação estava crítica" e, a 15 de julho, por volta das 17:45, José Rosa Tomás viria a falecer, relatou, dizendo que não lhe foi referida qual a causa de morte do pai.

A agência Lusa tentou obter informações junto do CHUC, que se escusou a divulgar informação clínica.

O incêndio "não foi causa direta, mas foi indireta. Isso foi", frisa o filho.

A 17 de julho, realizou-se o funeral de José Rosa Tomás, no cemitério de Vila Facaia, de onde era natural.

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