"A Proteção Civil tem sido um falhanço monumental e o SIRESP um flop"
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses tece críticas à Proteção Civil, mas também aos proprietários dos terrenos que não são limpos.
© Global Imagens
País Marta Soares
Os incêndios voltam a estar na ordem do dia depois da tragédia que se abateu sobre Pedrógão Grande e que tirou a vida a 64 pessoas, cujos nomes foram hoje divulgados pela Procuradoria-Geral da República.
No programa 360º da RTP3, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses começou por classificar o combate às chamas como uma “batalha desigual”, pois o “inimigo é muito forte” e, pese embora os “operacionais estejam a lutar com tudo o que têm à sua disposição, o que se passa é algo de anormal”.
E é anormal, explica Jaime Marta Soares, no que diz respeito às condições meteorológicas, mas também no que concerne ao estado da floresta portuguesa.
“A nossa floresta não tem sido tomada em devida nota e nós estamos a desaproveitar um dos maiores valores para a nossa economia”, afirmou, apontando a questão da limpeza das florestas como um “problema cultural de fundo da sociedade portuguesa” e defendendo que “um mosaico florestal evitaria que muitas destas situações acontecessem”.
E deu exemplos: “As autoestradas são uma vergonha. As estradas nacionais são uma vergonha. É uma coisa incrível”.
No que diz respeito aos bombeiros, Marta Soares defende que o “combate tem evoluído extraordinariamente e, se não tem evoluído desta forma, o que seria então deste país”, lembrando que nos três incêndios nos distritos de Castelo Branco e Santarém “estão dois mil homens, o que obriga a uma movimentação de mais de cinco mil operacionais”.
“Isto é uma coisa que demonstra a grande capacidade da estrutura dos bombeiros em Portugal”, afirmou, afastando a Proteção Civil desta organização positiva.
“Há uma grande organização na estrutura em si, mas não é da Proteção Civil no seu todo. A Proteção Civil tem sido um falhanço monumental”, acusa, deixando ainda críticas ao SIRESP.
“Não sei porque é que as pessoas não são capazes de assumir que o SIRESP, ou é alterado todo o seu sistema de funcionamento, ou é um flop. Já se viu que o SIRESP não está preparado para responder em grandes situações”, rematou.
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