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"Critérios são das autoridades" mas mais vítimas não muda tragédia

António Costa defende que "a dimensão desta tragédia não se mede pela dimensão dos números".

"Critérios são das autoridades" mas mais vítimas não muda tragédia
Notícias ao Minuto

13:17 - 24/07/17 por Pedro Filipe Pina

País António Costa

O primeiro-ministro António Costa foi questionado ao início desta tarde em Lisboa sobre o número de vítimas da tragédia de Pedrógão Grande.

Recorde-se que o número de vítimas “diretas” do incêndio de Pedrógão Grande está em 64 vítimas. O Expresso refere o caso de uma mulher que terá sido atropelada e está fora das contas. Nas redes sociais uma empresária afirma que esteve no terreno e que o número que contabilizou seria maior do que o oficial.

Sobre os mortos contabilizados como consequência direta da tragédia e alguma eventual discrepância, o primeiro-ministro realça que “há um inquérito aberto pelo Ministério Público. Se alguém tem conhecimento de um maior número de vítimas deve comunicar imediatamente esses factos”.

Todas as aldeias foram vistas casa a casa, quer pela Segurança Social, quer pelas autoridades, que não reportaram mais nenhuma vítima para lá daquelas que foram reportadas”, disse ainda António Costa sobre informações que recebeu então.

Além do mais, “as próprias Forças Armadas fizeram a batida em conjunto com a GNR, no terreno, nas zonas florestais, e não foi identificada mais nenhuma situação”

“Acho que seria intolerável”, considera ainda António Costa, que “perante o drama que vivemos em Pedrógão, que houvesse qualquer facto por apurar ou dúvida que subsistisse”.

Antóio Costa desvalorizou ainda a questão dos números afirmando que “a dimensão desta tragédia não era menor se tivesse sido metade o número de pessoas que morreram. Esta tragédia tem uma dimensão imensa, que eu próprio reconheci quando ainda só eram conhecidas cerca de 24 pessoas que tinham falecido”. De resto, “a dimensão desta tragédia não se mede pela dimensão dos números”, acrescentou.

Na sua declaração, António Costa recordou como viu a resposta das autoridades e como viveu as primeiras após a tragédia:

Quando cheguei ao centro da Autoridade Nacional de Proteção Civil ainda não tínhamos esta dimensão de mortes e logo na altura tive noção de que estávamos perante a maior tragédia humana”.

“Durante muitas horas houve incerteza sobre o número de vítimas. O presidente da câmara de Castanheira de Pêra chegou-me a transmitir no dia 18 [dia seguinte à tragédia] o grande receio que tinha quanto ao que se viesse a encontrar em aldeias que ainda tinham sido visitadas.”

“Mesmo quando o número eram 63 [a 64ª vítima seria o bombeiro que se encontrava em estado crítico após tombar no combate às chamas], eu próprio disse que provavelmente [os números] poderiam ser superiores porque ainda não tínhamos toda a informação disponível”

“No dia seguinte”, prosseguiu”, foi feito um trabalho extraordinário” por parte das diferentes autoridades, para cobrir não apenas aldeias mas área florestal. “Não foram identificadas mais vítimas”

A lista de pessoas desaparecidas foi exaustivamente verificada e todas as pessoas designadas então como desaparecidas foram entretanto identificadas. Felizmente a maioria delas vivas, outras infelizmente falecidas”

Os números de que disponho são os que têm sido públicos das autoridades. Se as autoridades vierem a identificar que há mais, elas serão mais. Mas alguém acha que se as vítimas tivessem sido metade a tragédia era menor? Qualquer vida humana tem um valor absoluto. Considero até chocante a discussão sobre critérios estatísticos. A dimensão daquela tragédia é algo inimaginável, horrível, que nos choca a todos”.

A investigação e eventuais responsabilidades que daí resultem estão a cargo das autoridades, que são também quem define os critérios, salientou, acrescentando ainda que o que é “prioritário” para o Governo agora é “o apoio às famílias e às empresas” e depois, o desafio de fundo, “que tem a ver com a reabilitação económica e social daquele território e o reordenamento florestal”. 

[Notícia atualizada às 13h25]

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