"Falta constituir arguidos 10 milhões de portugueses, todos suspeitos"
Operação Marquês é “não a tentativa de julgar um cidadão, mas a tentação de julgar um governo e de condenar o regime democrático”.
© Global Imagens
País José Sócrates
Cumpriram-se esta quarta-feira quatro anos desde que foi aberto o inquérito da Operação Marquês, cujo principal arguido é José Sócrates, e sem que deste tenha decorrido uma acusação.
Para assinalar a data, a defesa do antigo primeiro-ministro emitiu um comunicado no qual tece duras críticas ao Ministério Público (a maioria já reforçadas ao longo dos últimos quatro anos) e lamenta que os quatro anos passados tenham sido “alcançados por esgotamento do prazo legal máximo para a duração do inquérito”.
Referindo que houve “sete prorrogações concedidas arbitrariamente e infundadamente pela Procuradora-Geral da República, a última das quais com a particularidade de ter sido dada para prazo nenhum”, Pedro Delille e João Araújo recordam que o socialista esteve preso durante 12 meses e 36 meses com limitação de liberdade, mesmo “não tendo chegado este tempo todo para o acusar”.
Sobre a constituição de arguidos no processo, dizem os advogados, em tom irónico, que da “mais de uma vintena” já constituídos, “ainda falta constituir arguidos cerca de 10 milhões de portugueses, que todos são suspeitos, na lógica desta investigação”.
Para a defesa de José Sócrates, por trás a Operação Marquês vislumbra-se, “não a tentativa de julgar um cidadão, mas a tentação de julgar um governo e de condenar o regime democrático”.
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