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Luso-venezuelanos esperam duas horas para votar no plebiscito em Aveiro

Algumas centenas de pessoas esperaram, em média, duas horas para votarem em Aveiro, no plebiscito simbólico contra o projeto de Assembleia Constituinte, do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, formando uma fila com mais de cem metros.

Luso-venezuelanos esperam duas horas para votar no plebiscito em Aveiro
Notícias ao Minuto

17:59 - 16/07/17 por Lusa

País Crise Venezuela

Pelas 16:30 já tinham votado mais de 650 pessoas, em Aveiro, e havia ainda mais de 200 a aguardar a vez para votar no referendo que a oposição designa como o maior ato de "desobediência civil" e que tem lugar após três meses de contínuos protestos violentos contra o Governo de Nicolás Maduro.

Custódio Vilela, de 70 anos, passou cerca de três horas na fila, mas diz que o sacrifício vale a pena.

"Há que fazer pressão a esse Governo e, por isso, é importante o que estamos a fazer", disse este luso-venezuelano que passou 47 anos na Venezuela e regressou a Portugal há cerca de um ano e meio.

Para trás, ficou um filho e, por isso, diz que vive com "muita preocupação" o que está a acontecer no país.

Um sentimento partilhado por João Valente, de 26 anos, que veio para Portugal há seis meses e está a tentar arranjar dinheiro para trazer o filho e a namorada.

"Tive de fugir de lá porque aquilo estava muito mau. A gente vem para cá, ou morre lá. Não sei se a votação serve ou não serve, mas a gente tem que fazer o possível para tirar este Governo que está a fazer tanto mal ao nosso povo", afirmou.

Avelina Almeida, de 52 anos, que está de férias em Portugal, era a última pessoa na fila, mas nem por isso a esperança era menor.

"Tenho toda a esperança do mundo de que esta votação sirva para alguma coisa", disse.

Avelina conta que foi para a Venezuela com 14 anos e, para já, não pensa em regressar a Portugal.

"Temos imenso carinho ao país e vamos aguentar até ao fim, mas temos que lutar por sair desta ditadura", realçou.

Em declarações à Lusa, Sofia Alves, representante na região centro da Venexos, uma associação de apoio a emigrantes venezuelanos em Portugal, disse que a votação estava a decorrer "otimamente".

"O centro abriu às 10:00 e tínhamos pessoas já desde as 09:00 à espera. Não temos parado um único segundo. Isto são filas e filas de pessoas que querem de facto manifestar a sua vontade e demonstrar que têm uma opinião e, apesar de estarem longe e residirem em Portugal, a Venezuela não lhes é indiferente e continuam muito preocupadas com a situação que está a acontecer", disse Sofia Alves.

As urnas que estão colocadas no edifício da antiga Junta de Freguesia da Vera-Cruz, em Aveiro, vão manter-se abertas até às 19:00, ou até haver uma pessoa na fila, assegurou a representante local da Venexos.

A consulta popular, que por decisão da Comissão Nacional de Telecomunicações, não será transmitida pelas rádios e televisões locais, decorre em 1.600 assembleias de voto do país, algumas delas em bairros tradicionalmente afetos ao regime, e também em outros países, nomeadamente em Portugal, onde se estima que vivam atualmente cerca de 20 mil cidadãos venezuelanos com direito de voto.

Empresas de sondagem como a Datanalisis dão conta de que 70% dos venezuelanos se opõem à Assembleia Constituinte, prevendo-se, no entanto, que, por questões de segurança perante ações de coletivos (motociclistas armados afetos ao regime), a maior afluência dos quase 30 milhões de eleitores tenha lugar em zonas de classe média e alta, devendo os resultados ser conhecidos ao longo da noite de hoje.

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