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"Empresas dizem que os jovens que saem das nossas escolas não prestam"

O economista Daniel Bessa defendeu hoje que há uma desconformidade entre a educação, a ciência e a investigação desenvolvidas em Portugal e a economia portuguesa, levando a que parte dos jovens qualificados sejam recrutados por outros países.

"Empresas dizem que os jovens que saem das nossas escolas não prestam"
Notícias ao Minuto

17:09 - 10/07/17 por Lusa

País Daniel Bessa

"Este dinheiro é mal gasto ou perdido se não for capaz de levar a economia a tomar partido da nossa ciência", disse Daniel Bessa na sessão de abertura do IV Encontro Internacional da Casa das Ciências, que se realiza a entre hoje e quarta-feira na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O evento reúne mais de 800 professores num espaço de debate, partilha de experiências e promoção de boas práticas para a educação das Ciências, incluindo a Matemática e as Tecnologias de Informação, no ensino básico e secundário.

Na conferência de abertura dedicada ao tema "Educação Científica e Desenvolvimento Económico", o economista focou a necessidade de a economia portuguesa ser capaz de absorver estes recursos.

Portugal, adiantou, tem melhor desempenho nos indicadores de ciência e educação do que nos indicadores de economia pelo que considera que a maior mudança deve surgir nesta área.

"As nossas empresas dizem que os jovens que saem das nossas escolas não prestam e eles estão às centenas de milhares em Londres. O problema não é dos jovens porque por pior que sejam chegam a Londres e têm emprego e não me consta que a enfermagem ou a informática em Londres sejam assim tão más", frisou.

Daniel Bessa considera que o problema está na utilização e parte do trabalho terá de ser feito nas empresas.

O economista e ex-ministro da Economia defendeu ainda que o investimento no aumento da qualificação deve continuar mesmo não existindo em Portugal economia que justifique a educação, ciência e investigação existente porque permitirá aos portugueses ferramentas para seguir outros caminhos.

Por outro lado, o economista defende que a ciência portuguesa tem de começar a vender no exterior, a procurara externamente clientes para o que produz.

Durante três dias a Casa das Ciências centra-se em três grandes conferências de interesse geral e num conjunto de plenárias, 'workshops', painéis e sessões de comunicações paralelas dirigidas a cada uma das disciplinas: Física, Química, Matemática, Biologia, Geologia, Introdução às Ciências e Tecnologias de Informação.

A Casa das Ciências é um portal digital inaugurado em 2008 e hoje com mais de 200 mil visitas mensais.

Tem 16.200 membros registados, representando mais de 60% dos docentes das áreas científicas do ensino básico e secundário.

Este projeto integra, agora o EDULOG, 'think tank' da Educação da Fundação Belmiro de Azevedo, numa parceria que visa reforçar a relação com a comunidade educativa e científica e desenvolver um programa de investigação abrangente, aliando o pragmatismo da Casa das Ciências à rede do EDULOG.

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