"Não sei se o ministro está à espera de que aconteça uma tragédia"
Durante a greve dos enfermeiros especializados, a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros lançou críticas ao Ministério da Saúde e ao primeiro-ministro e fez um apelo a Marcelo Rebelo de Sousa para ajudar a resolver “problemas graves de segurança” que afetam estes profissionais.
© Global Imagens
País Ana Rita Cavaco
A greve dos enfermeiros especializados está a afetar vários hospitais e maternidades no país. Em declarações aos jornalistas, Ana Rita Cavaco, a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, deixou duras críticas ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e a António Costa.
“Acho uma vergonha para o Ministério da Saúde e para o Governo. O primeiro-ministro está calado. Faço um apelo ao Presidente da República. As ordens da saúde já pediram ajuda, ele esteve connosco e nada aconteceu. O país não pode ignorar que a saúde tem problemas graves de segurança”, refere Ana Rita Cavaco.
A bastonária considera que a solução para os problemas de segurança que estão a afetar os enfermeiros especializados, não representa um custo avultado para o Estado. “Não sei se o ministro está à espera de que aconteça uma tragédia para depois vir pedir um relatório. É preciso que o Ministério tome medidas, e nesta questão, não se percebe este braço de ferro, porque estamos a falar de trocos. Para resolver este problema estamos a falar, mais ou menos, de um impacto mensal de 3,6 milhões de euros”.
A bastonária indica que há dois hospitais “que fecharam os seus serviços e bem, os seus conselhos de administração foram conscientes”, referindo aos hospitais de Guimarães e Aveiro. No hospital Amadora-Sintra, e segundo Ana Rita Cavaco, “não se tomou a opção nem de reduzir a metade nem de encerrar”, garantindo que “estão médicos a assegurar serviços, manifestamente em número insuficiente”.
Ana Rita Cavaco lamenta ainda que o Estado tenha colocado enfermeiros tarefeiros a substituir os enfermeiros especializados. “Dizem que não têm dinheiro, mas afinal há dinheiro para ir buscar enfermeiros tarefeiros para vir prestar este serviço”.
A responsável alerta, por fim, para situações em que “enfermeiros especializados estão a trabalhar 12 horas seguidas, obrigados”, algo que, diz, “tem de acabar”.
Há mais de seis mil enfermeiros especializados a trabalhar em Portugal atualmente.
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