Passos Coelho disse hoje de manhã que teve conhecimento de um caso de suicídio de um familiar de uma vítima do incêndio em Pedrógão Grande. Logo de seguida, a Administração Regional de Saúde do Centro apressou-se a negar esta afirmação, garantido que não houve, até à data, "nenhum caso de suicídio com ligação" direta ao local afetado pelo incêndio de Pedrógão Grande. E agora já há uma explicação para a polémica afirmação de Passos Coelho.

João Marques, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, assumiu ter sido o responsável por ter dado a informação errada a Passos Coelho.

"Dei azo a que esta falsa notícia se tornasse pública. Quando chegou Passos Coelho e se quis inteirar do que estávamos a fazer no concelho para ajudar as pessoas afetadas, eu dei-lhe essa notícia, tendo de fonte fidedigna como verdadeira. Mais tarde, por volta das 14h, 15h, viemos a saber que, felizmente, essa notícia era falsa. Houve aqui um mal-entendido, do qual também sou de alguma forma responsável e assumo a responsabilidade da informação que passei a Passos Coelho".

João Marques, que é também líder da concelhia do PSD e cabeça-de-lista do partido às autárquicas, explicou que às 10:00, em Vila Facaia, recebeu a informação, por "pessoas da freguesia" e na presença do presidente da junta, de que uma pessoa se teria suicidado. 

Segundo o provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande, não foram avisadas as autoridades competentes porque o responsável pressupôs "que as autoridades já teriam conhecimento" da situação, depois de no domingo ter alertado a Segurança Social e a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) sobre a necessidade de acompanhamento psicológico das populações afetadas pelo incêndio.

Ainda assim, João Marques admite a possibilidade de se poderem vir a registar suicídios relacionados com a tragédia que teve lugar em Pedrógão Grande, uma vez que as pessoas estão fragilizadas.

"É uma possibilidade forte, porque as pessoas estão a precisar de ajuda. Não me espantaria que tais situações viessem a suceder. Por isso mesmo, acreditei mais facilmente nessa notícia que se veio a revelar falsa"

João Marques foi líder do executivo de Pedrógão Grande (distrito de Leiria) pelo PSD de 1997 até 2013, altura em que não se pôde recandidatar devido à lei de limitação de mandatos.

Em 2013, Valdemar Alves foi eleito presidente da autarquia, como independente, nas listas do PSD.

Quando se esperava uma recandidatura de Valdemar Alves pelo PSD, a concelhia liderada por João Marques aprovou o nome deste antigo presidente da Câmara como candidato social-democrata à autarquia.

Após esta decisão, Valdemar Alves tornou-se candidato independente pelo PS às eleições de outubro.