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Pedrógão Grande: Levantamento dos danos será feito até dia 30

Equipas multidisciplinares estão a percorrer todas as aldeias afetadas pelo incêndio de Pedrógão Grande, Leiria, para fazer o levantamento dos danos materiais e das necessidades de apoio psicológico e social a prestar às vítimas, até dia 30.

Pedrógão Grande: Levantamento dos danos será feito até dia 30
Notícias ao Minuto

19:45 - 22/06/17 por Lusa

País Incêndios

Estas equipas são compostas por elementos do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, da Autoridade Nacional da Proteção Civil, da Segurança Social, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e da autarquia.

"Nestes dias faremos todo o possível para fazer o levantamento exaustivo dos danos físicos e das necessidades de apoio psicológico e social", explicou hoje à agência Lusa a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, quando acompanhava uma destas três equipas criadas e distribuídas pelos concelhos atingidos: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

A responsável pela CCDRC, acrescentou, na freguesia de Vila Facaia, uma das mais afetadas no concelho de Pedrógão Grande, que, após 30 de junho, terão de ser "encontradas soluções para todas as situações", sobretudo, "as de maior emergência".

Os elementos desta equipa dirigem-se às aldeias afetadas pelo fogo, que causou 64 mortos e mais de 200 feridos, e, com o apoio de um 'drone', registam em fotografia os locais e as casas atingidas pelas chamas, e falam com os moradores, que acabam por contar as histórias que viveram.

Mário Braz e Regina Braz residem na aldeia das Várzeas e ambos têm ligaduras nas pernas, queimadas pelas chamas quando fugiam. O casal tentou escapar no automóvel, mas foi a queda de uma árvore na via que "os salvou" e não os deixou seguir a viagem.

"Se não fosse o pinheiro tinha ficado onde ficaram os outros. Era mais um que para lá ia", relata Mário Braz, aludindo às pessoas que morreram carbonizados no interior dos carros quando tentavam fugir às chamas.

A algumas dezenas de metros dali, a equipa multidisciplinar visitou uma casa totalmente destruída, onde vivia um idoso, que sobreviveu e que foi acolhido por familiares.

Amílcar Conceição e Elisa Conceição, 73 e 76 anos, também residentes na aldeia das Várzeas, assim que viram as chamas a aproximar-se perigosamente "meteram-se" no carro e conseguiram chegar a Figueiró dos Vinhos

"Uma altura bati num rail, devido ao fumo. Não se via nada. Se não houvesse o rail de proteção, despistava-me e ia para o meio do fogo", diz Amílcar Conceição, apontando para as marcas no automóvel danificado, enquanto a mulher chorava e abraçava alguns dos elementos da equipa multidisciplinar.

O ministro do Planeamento, Pedro Marques, anunciou hoje que vai ser criado um fundo financeiro a partir da solidariedade dos portugueses para apoiar a reconstrução das habitações e da vida das pessoas afetadas pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande.

Segundo um comunicado do Conselho de Ministros, o fundo, de âmbito social, tem o objetivo de gerir os donativos entregues no âmbito da solidariedade demonstrada, dando-lhe um destino coordenado de apoio à revitalização das áreas afetadas, garantindo prioritariamente a reconstrução ou reabilitação de habitações e o seu apetrechamento, designadamente mobiliário, eletrodomésticos e utensílios domésticos".

Este apoio, reforça o Governo, complementa o apoio público existente nas áreas da Segurança Social, do Planeamento e Infraestruturas, da Economia, da Agricultura e da Habitação.

O Governo pretende, deste modo, "garantir uma maior eficiência, não só na gestão desses recursos, mas também na sua afetação aos que dele necessitam, promovendo um reforço da celeridade em todo o processo, com a participação de representantes das autarquias de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande e do setor social local".

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