Grupo jihadista reivindica atentado no Mali onde militar português morreu
A principal aliança 'jihadista' do Sahel ligada à Al-Qaida reivindicou hoje o atentado de domingo perto de Bamako, no Mali, num comunicado divulgado nas redes sociais e noticiado pelas agências privadas mauritanas ANI e Al-Akhbar.
© Reuters
País Terrorismo
No comunicado, o 'Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos' afirma que os três atacantes, pertencentes à etnia fula, morreram no ataque contra estrangeiros que durou várias horas.
Horas antes, o ministro da Saúde do Mali, o general Salif Traoré, tinha anunciado que as forças de segurança haviam detido cinco homens suspeitos de participação no ataque 'jihadista' que visou no domingo o hotel Le Campement Kangaba, fazendo dois mortos -- um dos quais um militar português - e que pelo menos outros quatro atacantes tinham sido mortos durante o ataque.
O hotel Le Campement Kangaba, situado nos arredores da capital maliana, é muito frequentado por estrangeiros, nomeadamente membros das missões da União Europeia, EUTMMali, e da ONU, Minusma.
O sargento-ajudante português Paiva Benido, de 40 anos, natural de Valongo, distrito do Porto, integrava o contingente nacional na Missão de Treino da União Europeia no Mali, composto por 10 elementos.
Segundo testemunhas, a primeira resposta ao ataque foi lançada precisamente pelos membros das missões internacionais, a que depois se juntaram as forças de segurança malianas.
A intervenção permitiu resgatar do hotel atacado quatro dezenas de pessoas, entre as quais 14 malianos, 13 franceses, dois espanhóis, dois holandeses e dois egípcios.
O Mali está em estado de emergência praticamente ininterrupto desde o ataque contra o hotel Radisson Blu, em Bamako, a 20 de novembro de 2015, que fez 20 mortos e foi reivindicado como uma operação conjunta da Al-Qaida no Magrebe Islâmico (AQMI) e do grupo 'jihadista' Al-Murabitun.
O norte do Mali foi ocupado em março-abril de 2012 por grupos 'jihadistas' ligados à Al-Qaida e rebeldes tuaregues.
Os 'jihadistas' foram em grande parte expulsos da região por uma intervenção militar internacional, lançada em janeiro de 2013 por iniciativa da França e que ainda prossegue, mas parcelas significativas do território continuam fora do controlo das forças malianas, francesas, da UE e da ONU, regularmente alvo de ataques.
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