Bombeiros de Évora exigem pedido de desculpas ao secretário de Estado

Os bombeiros do distrito de Évora exigiram hoje um pedido de desculpas ao secretário de Estado da Administração Interna pelas declarações "desastradas e ofensivas" sobre a comparticipação aos voluntários que integram o combate aos incêndios.

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Lusa
30/05/2017 17:05 ‧ 30/05/2017 por Lusa

País

Declarações

Em causa estão as declarações do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, na apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), no dia 17 deste mês, na Assembleia da República.

O governante afirmou então que a comparticipação aos bombeiros que integram o DECIF vai manter-se nos 45 euros por dia, sublinhando que um bombeiro recebe, ao final do mês, 1.350 euros, montante que totaliza uma despesa para o Estado de 22 milhões de euros por ano.

"No mínimo, exigimos um pedido de desculpas. Nenhum bombeiro ganha isso, porque ninguém consegue estar 24 horas sobre 24 horas a combater incêndios", afirmou à agência Lusa o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora (FBDE), Inácio Esperança.

O pedido de desculpas aos bombeiros pelas declarações que consideram "desastradas e ofensivas" contra a classe consta numa moção aprovada, por unanimidade, pela direção da FBDE e pelas associações do distrito.

No texto, os bombeiros referem que, até que o pedido não aconteça, "não convidarão mais o secretário de Estado Jorge Gomes para eventos a realizar no distrito de Évora".

Os bombeiros escrevem na moção que o secretário de Estado ignorou o facto de que cada bombeiro, para "perfazer aquele montante mensal, teria de trabalhar 24 horas por dia durante 30 dias seguidos", o que é "humanamente impossível e ilegal".

Inácio Esperança disse ainda que os bombeiros estão descontentes com outras decisões do Governo, nomeadamente em relação aos equipamentos de proteção individual e ao papel desempenhado pelos bombeiros nos fogos florestais.

"Vemos com desagrado" a disponibilização de equipamentos de proteção individual ao Exército, que "não tem viaturas, nem meios para combater incêndios", para "fazer rescaldo, quando os bombeiros precisavam desse equipamento", advertiu.

O presidente da FBDE considerou que os bombeiros estão a ser "relegados para segundo ou terceiro plano, quando são 90 por cento da força que integra do DECIF".

A moção vai ser enviada para o secretário de Estado e para a ministra da Administração Interna, Presidência da República, gabinete do primeiro-ministro, Liga dos Bombeiros Portugueses, federações distritais e aos grupos parlamentares.

 

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