Papa: As peregrinações deixaram de ser todas iguais
A súmula da presença do papa, da celebração do Centenário das Aparições (1917-2017) e da canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco transformaram em definitivo as habituais peregrinações de maio, dizem peregrinos "com muitos quilómetros" de Fátima.
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País Peregrinação
A improbabilidade de três momentos com semelhante relevância se voltarem a unir -- ter-se-á de esperar pelo menos 100 anos -- levaram milhares de pessoas à Cova da Iria já na sexta-feira e, hoje de manhã, com o recinto do Santuário de Fátima praticamente cheio desde as 07:00. Os peregrinos admitem ser difícil o maior templo mariano do país voltar a receber tamanha multidão.
Mas, assumiram também, mais do que a multidão, terá sido a mensagem de esperança e paz que Francisco apresentou na sexta-feira a partir da Capelinha das Aparições -- ou desde que assumiu a liderança da Igreja Católica -- que transformou irrevogavelmente a peregrinação de maio.
"Ele entrou por aqui adentro [pelo Santuário] e invadiu-nos o coração", disse à agência Lusa Manuel António, 64 anos, e que assistiu já a dezenas de peregrinações, incluindo as até agora mais marcantes: as visitas do polaco João Paulo II, em 1982 e em 2000.
Na sexta-feira, explicou o peregrino, não esperava tamanha multidão e, por isso, depois de ter passado quase todo o dia dentro do santuário, aproveitou o meio da tarde para comprar algumas recordações.
"Mas não consegui regressar. E vi [a chegada e a oração e a bênção das velas na Capelinha das Aparições] por um ecrã gigante", lamentou-se o fiel, que hoje não cairá na mesma asneira -- "Daqui já não vou sair, só para regressar a casa".
Também já a marcar lugar, ou melhor, no mesmo local do qual na sexta-feira assistiu às celebrações, está Susana Maria, de Santarém, habituada a caminhar até Fátima desde os 16, 17 anos.
Hoje, com 46, Susana recorda as duas últimas peregrinações de João Paulo II (1991 e 2000) e também garante que Francisco conseguiu bater recordes: "Não me recordo de tanta gente assim. Tem sido um ambiente impressionante".
Comovente, foi, por outro lado, o adjetivo utilizado por Samuel Garcia para definir as celebrações de sexta-feira e a madrugada de sábado na Cova da Iria.
"Francisco soube novamente trazer a Igreja até nós. E encheu Fátima de luz. Não me recordo de ter assistido a nada assim e olhe que já ando aqui [nas peregrinações] há muito tempo", sintetizou.
O papa Francisco termina hoje uma visita de menos de 24 horas a Portugal, depois de ter chegado na sexta-feira a Monte Real.
É o quarto papa a visitar Fátima, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).
Hoje, canoniza os pastorinhos Jacinta e Francisco Marto e preside à missa que encerra a peregrinação internacional de maio.
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