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Baptista-Bastos, um "inimigo da mediocridade complacente e oportunista"

Armando Baptista-Bastos, que morreu na terça-feira em Lisboa, aos 83 anos, "foi um homem corajoso e combativo, um inimigo da mediocridade complacente e oportunista", assinalou hoje a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

Baptista-Bastos, um "inimigo da mediocridade complacente e oportunista"
Notícias ao Minuto

14:53 - 10/05/17 por Lusa

País SPA

Baptista-Bastos "foi um homem corajoso e combativo, um inimigo da mediocridade complacente e oportunista, um cidadão de convicções e de paixões, alguém que sempre amou Lisboa e fez dela um elemento fundamental da sua identidade", afirma a SPA em comunicado.

Apontado como "um dos mais talentosos e influentes jornalistas portugueses da segunda metade do século XX", refere a SPA, que "muito do que pensava e sentia deixou-o dito nas suas crónicas, que deverão continuar a ser lidas e recordadas por serem um retrato poderoso do nosso tempo, ao longo de várias décadas".

"Soube ser amigo do seu amigo e frontal no que não podia deixar de ser dito. Talvez por isso, o seu nome foi menos lembrado nos últimos anos do que poderia ter sido, num tempo de tantas efemérides e por vezes forçadas homenagens e evocações", lamenta a SPA.

Armando Baptista-Bastos era associado da cooperativa desde 1980 e seu cooperador desde dezembro de 1998, tendo sido distinguido com a Medalha de Honra da SPA em maio de 2008. Em 2007 foi autor da mensagem do Dia do Autor, que intitulou "As Palavras, Como É Hábito", e que a cooperativa reproduz como gesto de homenagem ao prosador.

A SPA afirma que tinha programado um livro com Baptista-Bastos para a coleção "O Fio da Memória", "mas o seu estado de saúde não viabilizou infelizmente, a concretização do projeto", e adianta que Baptista-Bastos estava a escrever um livro de memórias.

O velório de Armando Baptista-Bastos realiza-se hoje a partir das 16:00 na sala-galeria Carlos Paredes, nas instalações da SPA, em Lisboa, de onde sai o funeral na quinta-feira para o cemitério do Alto de São João, onde será cremado pelas 17:00. Foi ainda correspondente da agência France Presse em Lisboa.

Baptista-Bastos fez parte das redações d'O Século, do Diário Popular, d'O Diário", da Seara Nova e do Europeu, colaborou com o Jornal do Fundão" e o Diário Económico.

Apresentou no canal televisivo SIC o programa de entrevistas "Conversas Secretas" e, a convite do jornal Público, realizou uma série de 16 entrevistas com o título genérico "Onde é que você estava no 25 de Abril?", posteriormente editadas em CD.

Na mensagem que redigiu em maio de 2007 por ocasião do Dia do Autor, Baptista-Bastos questionava: "Qual o poder do autor, num mundo onde as palavras foram substituídas por números que subtraem, omitem ou rasuram as pessoas?".

"Escrever, criar, sonhar não são, apenas, representações: são projetos e projeções ideológicos, e renovadas relações entre História e memória. Não há que fugir a isto: ao compromisso exemplificado na declaração tremenda de que a batalha pela liberdade de criação implica a recusa da mentira e uma permanente resistência à opressão e à tirania. Temos de estar cada vez mais atentos e cautelosos", lia-se no mesmo texto.

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