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Saber quanto se gasta na gestão do lixo é "prioritário"

A associação ambientalista Zero defendeu hoje que os autarcas devem dar mais atenção à gestão de resíduos pois a maior parte desconhece quanto gasta com recolha e encaminhamento, acabando por "pagar-se mais do que se devia".

Saber quanto se gasta na gestão do lixo é "prioritário"
Notícias ao Minuto

07:23 - 05/05/17 por Lusa

País Autárquicas

"Achamos prioritário que os municípios olhem mais para os números dos resíduos, não só da produção [e] do que é encaminhado para a reciclagem, mas também pensem nos números das suas contas autárquicas" disse à agência Lusa Paulo Lucas.

A Associação Sistema Terrestre Sustentável Zero verificou que "a maior parte dos municípios não consegue destrinçar quanto gasta com a questão dos resíduos sólidos e é fundamental ter uma contabilidade que possa identificar onde estão os gastos" com a atividade.

O sistema, salientou Paulo Lucas, "é pouco eficiente, há muito pouco material encaminhado para a reciclagem, os cidadãos continua a produzir muitos resíduos e isso está a onerar as contas dos municípios".

Como os autarcas "não fazem as contas, muitas vezes está a pagar-se um valor muito superior àquele que devia ser pago", concluiu.

"Há um grande esforço a fazer ao nível da prevenção, do encaminhamento para a reciclagem, estamos com uma taxa de reciclagem de 28% e precisamos desesperadamente de a aumentar e isso só é possível com o avanço da recolha porta a porta", principalmente nos centros urbanos, referiu ainda Paulo Lucas.

Conhecer melhor a atividade de gestão de resíduos e sensibilizar os cidadãos para a necessidade de fazer menos lixo, é um dos sete desafios apresentados pela Zero aos candidatos às eleições autárquicas, que se realizam a 01 de outubro.

E avança propostas como promover a eficiência energética e a produção local de renováveis, incentivar a mobilidade sustentável dos cidadãos, apostar na alimentação baseada na produção agrícola de proximidade, assim como dinamizar o consumo assente nos princípios da economia circular e o uso sustentável da água.

O objetivo é promover a sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, já que "muito provavelmente", as alterações climáticas vão implicar mudanças nos estilos de vida, da forma como os cidadãos se movem, à alimentação, vestuário, atividades laborais ou ocupação de tempos livres.

Muitas daquelas decisões tenderão a ser tomadas localmente, por isso as autarquias vão ter de assumir cada vez mais responsabilidades e um papel cada vez mais ativo, realçou Paulo Lucas.

E exemplificou com a mudança do modelo energético em que assenta a economia, apontando que "muitas das atividades vão ter só viabilidade económica a nível local".

As autarquias podem incentivar a eficiência energética nos edifícios públicos e projetos de produção local de energias renováveis, da fotovoltaica às centrais de biomassa, para os concelhos que possuem floresta.

Mas, também podem ter um papel importante na sensibilização dos cidadãos ao informar sobre a qualidade da água da torneira, e contribuir para ultrapassar uma situação em que as águas residuais estão "muito aquém de ter tratamento eficaz".

Segundo a Zero, os municípios "têm um papel extremamente importante na definição de uma política urbanística" e de mobilidade, sendo defendida a aposta na bicicleta e nos transportes públicos, a eletricidade, e na melhoria das ligações entre os diferentes meios.

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