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Oficinas clandestinas são "ameaça" e fogem com milhões em impostos

O presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) considerou hoje que a existência de oficinas de reparação clandestinas representa "uma ameaça para o setor" e uma perda de milhões de euros em impostos para o Estado.

Oficinas clandestinas são "ameaça" e fogem com milhões em impostos
Notícias ao Minuto

19:24 - 21/04/17 por Lusa

País Associação

António Teixeira Lopes pediu mais fiscalização das entidades competentes para esta ilegalidade, alertando que esse tipo de atividade faz escapar aos cofres do Estado, anualmente, milhões de euros em impostos.

"A existência de oficinas clandestinas, que trabalham à porta fechada, e não pagam impostos, continua a ser um problema e uma ameaça. Pelas minhas contas, são mais de mil milhões de euros que não são faturados anualmente, e que escapam ao fisco, o que corresponde, só em IVA, a 230 milhões de euros. É preciso apertar a fiscalização", afirmou o presidente da ARAN.

O dirigente abordou o tema à margem da conferência "O Futuro do Retalho em Portugal", que hoje se realizou na Póvoa de Varzim, e que reuniu vários especialistas portugueses e internacionais do setor automóvel, que debateram estratégias para os desafios que se perspetivam.

António Teixeira Lopes destacou a necessidade de todos os agentes desta atividade se adaptarem ao ritmo galopante das inovações tecnológicas, nomeadamente com a afirmação do veículo elétrico, das novas formas de mobilidade, e, inclusivamente, o surgimento dos automóveis autónomos.

"O setor automóvel está hoje, mais que nunca, a mudar, tanto em termos de mercado como de tecnologia, e todas as alterações que acontecem rapidamente podem colocar em risco as empresas que trabalham no setor, se não houver um acompanhamento e uma resposta a essa inovação", disse António Teixeira Lopes.

O presidente da ARAN considerou que apesar dessas ameaças que a inovação traz, o setor automóvel, nomeadamente nacional, "terá de ir buscar novas oportunidades e saber converter as formas de trabalho dos atuais operadores para um novo método".

"No ano 2000 vendia-se mais 30 a 40 por cento de carros do que atualmente, e com esta diminuição de mercado muitas empresas que não se dimensionaram tiveram de fechar portas. Temos novamente de estar preparados para as alterações do mercado para que tal não venha acontecer", apontou o líder da ARAN.

"Julgo que estamos ainda numa fase de transição, mas temos de já começar a perceber como nos vamos adaptar a algo que será uma realidade. Creio que a partir de 2020, com as evoluções tecnológicas que temos vindo a assistir, haverá uma real afirmação deste tipo de veículos", vincou, referindo-se ao veículo elétrico e aos automóveis autónomos.

Além deste aspeto da tecnologia dos veículos, foi também abordada a forma como o setor automóvel, nomeadamente os concessionários e reparadores, terão se de adaptar a um mercado onde o digital ganha cada vez mais força.

Antje Woltermann, vice-presidente da CECRA (Conselho Europeu do Comércio e Reparação Automóvel) alertou que o setor "vai mudar drasticamente num futuro próximo".

"As marcas e as empresas que trabalham no setor estão a mudar estratégias porque a batalha para cativar o cliente está a tornar-se mais feroz. Isso vai alterar o modelo de negócios atual dos concessionários e dos reparadores, e é preciso delinear estratégias", disse a vice-presidente da CECRA.

A dirigente vincou que além dos retalhistas e reparadores "entrarão no mercado outras empresas com novos modelos de negócios, muito assentes no digital, o que fará com que no futuro ganhar dinheiro seja ainda mais difícil".

"Haverá mais pressão para os concessionários, e temos de perceber se vale a pena investir tanto em edifícios e estruturas, ou se a aposta terá de passar pela maior promoção e divulgação na internet", afirmou.

O presidente da CECRA, Jean Charles Herrenschmidt, outro dos oradores, não tem dúvidas que a aposta no digital é um dos caminhos a seguir para cativar os clientes.

"Temos de encorajar todas as iniciativas para novos modelos de negócios. Os nossos novos patrões são os clientes, temos de desenvolver estratégias para os cativar. Se estivermos mais conectados as oportunidades vão surgir e a aposta no digital será fundamental", vincou o líder da CECRA.

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