Manuel Queiró revelou ainda que o novo modelo de exploração da linha deverá entrar em funcionamento em "meados de julho".
"Esperamos mostrar ainda este ano que este modelo é viável e que permite a continuação da Linha do Oeste. Mas, atenção, os efeitos irão surtir a prazo. Só com a habituação, fiabilidade e manutenção dos horários é que as pessoas vão regressar ao ferroviário", alertou o presidente da CP, garantindo que a empresa de comboios irá "fazer um esforço" para esperar por resultados a médio prazo.
A plataforma da Linha do Oeste é constituída por autarcas, deputados e associações empresariais.
O modelo adotado em consenso com as entidades envolvidas no processo negocial prevê três ligações diretas e rápidas no troço Caldas da Rainha-Coimbra, aonde será realizado o transbordo para a Figueira da Foz.
A CP pretende ajustar as paragens dos comboios mediante a procura. Desta forma, o novo modelo admite o encerramento das estações de Cela (Alcobaça) e Fanhais (Nazaré), nas quais a utilização é residual.
Tendo em conta que as ligações Caldas-Leiria são procuradas por distâncias curtas, os comboios irão parar em todas as estações e apeadeiros, oferecendo uma resposta mais rápida e barata "face ao autocarro".
Para ajudar a aumentar o número de passageiros nos comboios, as câmaras municipais irão garantir o transporte entre as estações e os centros das cidades, uma dificuldade atual em algumas urbes, como Leiria.
"Os municípios vão colaborar na divulgação dos novos horários, na angariação de clientes para a linha de caminhos de ferros, na criação de transportes urbanos até às estações e, em alguns casos, na construção de parques de estacionamento perto das estações, de forma a que o utente do automóvel possa deixar o veículo", salientou o presidente da Câmara de Caldas da Rainha, Fernando Costa.
Manuel Queiró adiantou que o novo modelo dá "prioridade aos comboios mais rápidos e mais baratos" nos percursos em que "pode ser concorrente com o rodoviário". Desta forma, no troço norte os passageiros poderão optar pelo comboio "quando ele se revelar mais cómodo e adaptado às suas possibilidades financeiras".
"Nas zonas onde se sobrepõe o serviço de proximidade [troço sul], vamos reforçar o número de comboios nos percursos pequenos, para que as pessoas tenham aumento de serviço, nomeadamente no troço sul", acrescentou o presidente da CP.
A linha vai funcionar "com menos custos", assegurou ainda Manuel Queiró. Com o novo modelo, a CP prevê aumentar a procura em 10%, o que se poderá traduzir numa poupança de 675 mil euros por ano.
Fernando Costa entende que a eletrificação é o próximo passo. O presidente da CP acrescentou que a eletrificação é uma medida que irá colocar à tutela para que "nos planos de investimento da Refer sejam colocados estes investimentos em prioridade".
