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Sr. António, o sem-abrigo que já não o é graças a um grupo no Facebook

Um grupo de pessoas uniu-se no Facebook e fez de tudo para ajudar o Sr. António.

Sr. António, o sem-abrigo que já não o é graças a um grupo no Facebook
Notícias ao Minuto

11:40 - 27/03/17 por Inês André de Figueiredo

País Guimarães

Chama-se António, tem 49 anos e estava a viver nas ruas de Guimarães quando espoletou uma gigantesca onda de solidariedade capaz de reconstruir uma vida. Um ato de solidariedade e uma espécie de favores em cadeia fez com que o Sr. António, como é conhecido, fosse o centro das atenções de um enorme grupo de pessoas, de tal forma que hoje já está a viver numa casa e a trabalhar, ainda que à experiência por algum tempo.

Tudo começou no dia 2 de março quando Maria João Lopes decidiu tomar uma atitude em relação a um sem-abrigo que via todos os dias no mesmo local. Começou por pedir ajuda a Ana Magalhães, administradora de um grupo chamado ‘Emprego em Guimarães’, que, rapidamente divulgou a situação e decidiu não abandonar a pessoa em causa.

Foi desta forma que foi criado um grupo no Facebook com o nome ‘Vamos ajudar o Sr. António’. “Em menos de uma semana já contava com mais de 1.000 membros e hoje tem praticamente 3.500!”, conta Ana Magalhães ao Notícias ao Minuto, visivelmente orgulhosa, mas sempre focada no objetivo principal: ajudar o Sr. António e proteger a sua identidade acima de tudo.

“Ele nunca abordou absolutamente ninguém para o que quer que fosse. A Maria João é que tomou a iniciativa de ir falar com ele quando reparou que todos os dias ele estava no mesmo sítio. Ele tinha apenas uma placa com ele, em cartão, com as palavras '’Peço para comer'’ ou algo semelhante”, recorda uma das responsáveis pela iniciativa. “Não sei precisar, porque essa placa já não existe”, frisa, feliz.

Inicialmente, os pedidos focavam-se em alimentos para o Sr. António. “Começámos a organizar turnos, para todos os dias lhe levar o jantar. Combinávamos um local/hora e todos os dias o jantar era lá levado. Quem levasse jantar, levava também algo para ele comer ao almoço do dia seguinte”, relembra Ana.

Contudo, a ajuda começou a expandir-se, houve pessoas que começaram a doar bens, roupa, produtos de higiene e foram cedidas garagens para guardar tudo. De seguida, os membros do grupo juntaram-se para pintar e mobilar a casa onde o Sr. António agora vive.

A renda é paga com os contributos e as ajudas continuam a chegar para que haja sempre a alimentação e os medicamentos necessários para o Sr. António, até que seja possível ele próprio assumir as suas despesas.

Ana Magalhães e Maria João são as pessoas que lidam mais diretamente com o Sr. António, até porque, “pelas circunstâncias da vida, é uma pessoa bastante reticente e desconfiada”. “Quando se deparou com tanta gente a ajudar ficou de pé atrás. Mas está bastante feliz e muito grato. E recetivo a uma mudança de vida”, garante a jovem.

A vida deste senhor mudou de um dia para o outro, mas quem o ajudou continua empenhado em não o deixar voltar para as ruas, proporcionando-lhe tudo o que é possível para que consiga restabelecer a sua vida com dignidade.

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