Polícia português patrulhou Westminster e antevê trabalho intenso
Os próximos dias serão de trabalho intenso para Pedro Xavier, um agente a tempo parcial na polícia britânica que hoje esteve a patrulhar as ruas de Westminster, onde ocorreu o atentado de quarta-feira.
© Reuters
País Atentado
"Além do trabalho que faço em 'part-time', terei de fazer turnos extra. Ontem à noite queriam que eu trabalhasse, mas não fui porque ia trabalhar hoje de manhã. Irei trabalhar este fim de semana e para a semana mais três turnos", disse à agência Lusa.
Todos os agentes devem também estar preparados para serem chamados em caso de emergência, disse o português natural de Bragança.
Esta manhã, o turno começou cedo nas ruas de Westminster, as quais patrulhou devidamente fardado, com o casaco de alta visibilidade e o colete à prova de balas.
Apesar de ter apenas a missão de manter a segurança no perímetro de segurança em redor do Palácio de Westminster, onde funciona o parlamento britânico, afirmou que foi "um dia cansativo".
"Só em Westminster teríamos cerca de 300-400 polícias", garantiu.
Desde quarta-feira, quando um atacante que a Scotland Yard identificou hoje como sendo Khalid Masood, atropelou várias pessoas na ponte de Westminster e esfaqueou um agente da polícia, que o alerta é máximo.
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou hoje o atentado, que provocou quatro mortos.
Pelo menos 29 pessoas estão hospitalizadas, sete das quais em estado crítico.
"Mantém-se em 'severe' [segundo nível mais elevado] para o público, mas 'critic' [nível máximo] para nós. Como o ataque aconteceu e infelizmente um dos nossos foi morto, evidentemente que um ataque a um membro dos serviços de segurança pode acontecer iminentemente, por isso temos de estar mais vigilantes", explicou.
Enquanto membro das forças de segurança britânicas, onde tem a patente de sargento, Pedro Xavier reconheceu que o risco de atentado terrorista era real e que outros ataques no resto da Europa obrigaram ao treino para este tipo de situações.
"Nós sabíamos que iria acontecer qualquer coisa", declarou, referindo o facto de, entre setembro a dezembro de 2016, os serviços secretos britânicos MI5 terem desmontado 14 tentativas de atentados terroristas.
Nas próximas semanas serão intensificadas as medidas de segurança em Londres e em outras partes do país, mas o agente apelou à comunidade portuguesa para se manter atenta.
"Temos de nos manter extra-vigilantes e reportar qualquer tipo de anormalidade. As pessoas não podem ter medo de pegar no telefone e ligar se acham que há uma emergência genuína. Não vão ser criticados por isso, vão ser criticados se não o fizerem", enfatizou.
Xavier, que tem vários projetos empresariais ligados à comunidade, nomeadamente um infantário e um gabinete de serviços administrativos, reiterou a importância de a população ajudar nos esforços das autoridades.
Para este agente, a escolha é simples: "se todos nós fizermos o nosso bocadinho, mais fácil será de controlar um ato terrorista no país".
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