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Mais saudável e com menos 50 quilos. Daniel conta-lhe como foi

Daniel sempre teve peso a mais, mas foi quando chegou aos 135 quilos que a sua vida mudou radicalmente. E tudo graças a uma pessoa que não conhecia, que 'apenas' lhe disse umas palavras motivadoras. O resultado? Menos 50 quilos, mais felicidade e uma vida mais saudável. E a vontade de ajudar outras pessoas que também sofrem de excesso de peso.

Mais saudável e com menos 50 quilos. Daniel conta-lhe como foi
Notícias ao Minuto

08:32 - 26/03/17 por Patrícia Martins Carvalho

País Livros

Quando arranjou o primeiro emprego, Daniel Vaz deixou o Porto e seguiu rumo a Lisboa. O entusiasmo era grande, afinal ia começar a trabalhar como jornalista, o seu sonho desde cedo.

Porém, o sonho roubava-lhe demasiado tempo. Trabalhava muitas horas, vivia sozinho e a paciência para cozinhar era pouca, ou quase nenhuma.

O que faz um jovem de 21 anos sozinho em Lisboa sem a mãe para cozinhar? Come fast-food. E foi o que Daniel fez.

O cansaço do trabalho somado à preguiça para cozinhar multiplicado pela tendência genética para engordar levou Daniel a uma obesidade mórbida. Mas foram precisos quase 10 anos para que este profissional, que trocou o jornalismo pela comunicação empresarial, mudasse a sua vida.

E a verdade é que a vida de Daniel mudou radicalmente ou, por outras palavras, mudou 50 quilos. A experiência dos últimos três anos levou-o a publicar um livro onde partilha com os leitores as dificuldades, as alegrias e as lágrimas derramadas ao longo de um percurso que só terminou ao fim de 50 quilos.

Não pretendo que este seja mais um livro de dietas como os que vê já em muitas livrarias. Encontrará aqui o relato de muitas, mas não estará nele a dieta adequada para todos os seus problemas. Estarão aqui as que fiz e caberá ao leitor tirar a sua conclusão e ter a sua opinião

‘O Peso da Mudança’, da editora A Esfera dos Livros, já está nas bancas e conta com o prefácio da nutricionista Ágata Roquete, que acompanha Daniel nesta sua luta diária.

Daniel conta que a sua vida mudou quando um dia almoçava em Montmartre, em Paris. Uma mulher, “na casa dos 50 anos”, aproximou-se dele e com um discurso motivador disse-lhe que também ela já tinha tido peso a mais, mas que tinha conseguido perder o excesso de quilos que a incomodava e moldava a sua vida.

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“Não foi uma conversa de condenação. No fim ela disse-me ‘go for it’ e aquelas três pequenas palavras fizeram-me pensar bastante. Lembro-me que naquele dia já nem comi sobremesa”, contou Daniel ao Notícias ao Minuto.

Este foi o ponto sem retorno na sua vida.

O excesso de peso sempre o acompanhou desde criança, o que o deixava desconfortável. “Eu não ia à praia com os meus amigos porque tinha vergonha do meu corpo”, revela Daniel, contando que há muitos olhares reprovadores que são dirigidos aos obesos, mas esse não é o problema maior.

Quando somos obesos mórbidos criamos uma imagem que achamos que os outros estão a ter de nós que até pode nem corresponder à verdade

Antes de tomar a decisão de perder peso, Daniel chegava a jantar, sozinho, três pizzas familiares, duas coca-colas, dois crepes, pastéis de nata e até gelados.

“Eu era capaz de comer aquilo tudo numa noite, num único jantar”. E a culpa? Essa vinha depois. Depois de cometidos os ‘crimes’, Daniel caía em si e arrependia-se.

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“Talvez [o momento do arrependimento fosse] coincidente com o momento em que, depois do açúcar atingir o seu pico, o efeito desce vertiginosamente. Aí começa o peso na consciência” conta no livro.

Ao Notícias ao Minuto, Daniel confessou que fez “todas as dietas e mais algumas”. “Fiz a dieta da sopa, da maçã, de comer de ‘x’ em ‘x’ horas, de fazer jejum… Qualquer dieta que surgia no mercado eu fazia para ver se era daquela vez que conseguia emagrecer”, acrescentou.

Mas a fase de emagrecer só chegou depois da conversa com aquela turista que falava inglês.

Assim que chegou a Lisboa, Daniel comprou uma balança. Sim, Daniel não tinha uma balança em casa. E o peso que surgiu no visor assustou-o: 135 quilos. Daniel não era obeso. Era obeso mórbido na fase dois. “Ali estava a dura realidade”, admitiu.

O que se seguiu foi uma grande disciplina e muito trabalho. As refeições calóricas foram substituídas pelas saudáveis, as horas no sofá passaram a ser passadas no ginásio ou a fazer exercício ao ar livre.

Ao fim de três anos, Daniel alcançou o seu objetivo: perder 50 quilos e agora pesa 85 quilos, um número que tem mantido de forma estável.

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Quando lhe perguntámos porque decidiu escrever o livro, Daniel deu-nos duas razões. A primeira prende-se consigo mesmo. “A primeira razão é egoísta. Eu tenho de olhar para o livro e pensar que a minha história tem de me motivar a mim próprio. Eu não dou o meu futuro por garantido. Vou ter sempre de me controlar porque os genes estão cá. Escrevi o livro para não voltar a engordar e, por isso, é que vai estar sempre na cozinha e não no escritório ‘perdido’ entre os outros livros”, explicou ao Notícias ao Minuto.

A segunda razão é para, de alguma forma, agradecer àquela mulher, porque foi ela quem lhe deu o impulso para mudar de vida.

“Eu tenho uma dívida para com aquela senhora. Ela teve comigo um papel que eu também deveria ter com as outras pessoas. Eu também tenho de servir de motivação para alguém”, rematou.

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