Operação Marquês: "Se não for sólido, é um fiasco enorme da Justiça"
Luís Marques Mendes comentou, no seu espaço semanal de opinião da SIC Notícias, as últimas evoluções do processo Operação Marquês.
© Global Imagens
País Marques Mendes
Luís Marques Mendes concede que “há argumentos sólidos” num sentido ou no outro quando se discute a extensão do prazo da investigação na Operação Marquês. Por um lado, “dura há tempo demais” mas, por outro, “é preciso mais tempo para que a investigação se conclua” com sucesso.
O antigo líder do PSD disse, no seu espaço de opinião da SIC Notícias, não acreditar que a questão da legalidade da decisão da Procuradoria-Geral da República, em estender o prazo de investigação, tenha fundamento e sublinha que esta decisão “era inevitável”.
“Numa investigação deste melindre, desta delicadeza, com as pessoas que estão em causa, se ficasse no ar a suspeita de que a prova não foi completamente segura e consistente porque faltou tempo para fazer uma ou outra diligência, era pior a emenda do que o soneto”, alertou, destacando que o “o país indignava-se com isso”.
Paralelamente, indicou o comentador, “em processos desta natureza, ou seja com esta complexidade, as investigações são normalmente muito demoradas” e recordou casos como a Operação Furacão ou a Operação Monte Branco.
No entender de Luís Marques Mendes este “é um caso especialíssimo”, “talvez a investigação mais especial, ou seja com esta complexidade, que se realizou em Portugal”. Primeiro porque os “arguidos não são pessoas quaisquer, são uma parte muito significativa da elite política, financeira e empresarial de Portugal” e depois porque o próprio processo parece “um polvo de enormes dimensões e ramificações várias”.
“Começou com o Grupo Lena, depois Vale do Lobo, depois BES e PT, e não é em alternativa, são cumulativos”.
Por outro lado, “é um processo que não é apenas nacional, é internacional”, estando assim mais dificultada a obtenção de provas.
“Se esta investigação não tiver solidez, com tudo o que está em causa, se não for capaz de ser sólida e segura, é um fiasco enorme da Justiça, é um fiasco enorme do nosso Estado de Direito”, afirmou o social-democrata. Ressalvando que não quer “condenar ninguém”, Marques Mendes sublinha que se este caso correr mal, “as pessoas passam a descrer à séria da Justiça”.
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