Associações pedem audiência a Costa para travar prospeção de petróleo
Vários movimentos da sociedade civil pediram uma audiência "com caráter de urgência" ao primeiro-ministro para travar a prospeção de petróleo ao largo de Aljezur, na costa do Algarve, anunciaram hoje os promotores da iniciativa.
© Reuters
País Algarve
A reunião com o primeiro-ministro, António Costa, foi requerida por 27 associações e movimentos da sociedade civil, que pretendem travar a prospeção de hidrocarbonetos do consórcio ENI/Galp na bacia entre o Algarve e o Alentejo.
O presidente executivo da Galp Energia, Carlos Gomes da Silva, indicou que a perfuração do poço exploratório de hidrocarbonetos pode acontecer ainda este ano, em período que as condições do mar o permitam.
Segundo João Martins, do Movimento Algarve Livre de Petróleo (MALP), um dos subscritores do documento, a decisão do Governo em autorizar a prospeção de hidrocarbonetos "é incompreensível, quando, durante a consulta pública, todas as forças políticas e cívicas se manifestaram contra a exploração e prospeção de hidrocarbonetos, tanto em terra como no mar".
"O que se pretende é que se pare de uma vez por todas com a prospeção em território português", comentou João Martins.
As associações e movimentos da sociedade civil querem apresentar ao primeiro-ministro as razões que sustentam a "necessidade de resolução dos contratos de prospeção e produção de petróleo e gás em Portugal".
A petrolífera italiana Eni detém uma participação maioritária de 70% na parceria com a Galp (30%) para a prospeção de petróleo na costa alentejana, onde detém três concessões, denominadas Lavagante, Santola e Gamba, que abrangem uma área total de aproximadamente 9.100 quilómetros quadrados.
O furo a realizar, para conhecer as potencialidades do leito submarino, terá uma profundidade entre os 1.200 e os 1.600 metros de profundidade, com um custo estimado de um milhão de dólares por dia (sendo previsível que se prolongue por um período de 45 a 60 dias).
O Governo liderado por António Costa suspendeu os contratos de pesquisa de petróleo com o consórcio liderado pela Repsol (com a Partex) e também com a Portfuel, do empresário Sousa Cintra, invocando diferentes incumprimentos contratuais.
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