Defesa de Miguel Macedo convicta da absolvição do ex-ministro
A defesa de Miguel Macedo mostrou-se hoje convicta de que o ex-ministro será absolvido das acusações de prevaricação e tráfico de influência no julgamento do caso "Vistos Gold", que teve hoje início em Lisboa.
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País Vistos gold
Durante a exposição introdutória do julgamento, o advogado Castanheira Neves considerou "infundadas" as imputações do Ministério Público (MP) de que Miguel Macedo praticou três crimes de prevaricação e um de tráfico de influência.
Segundo Castanheira Neves, nas fases de inquérito e de instrução "não se provou" que Miguel Macedo tivesse utilizado o cargo que desempenhava (ministro da Administração Interna) para "obter uma vantagem" pessoal.
O advogado rebateu ponto por ponto as acusações feitas pelo MP ao ex-ministro, quer num caso que envolveu a Autoridade Tributária, quer noutro relacionado com o concurso dos helicópteros Kamov.
Também na questão da vinda dos doentes líbios para Portugal, Castanheira Neves sublinhou que Miguel Macedo "não atuou contra o direito", não tendo acompanhado o processo, limitando-se a solicitar uma reunião.
Antes, Rogério Alves, advogado do ex-presidente do Instituto de Registos e do Notariado (IRN), contestou também a acusação, observando que o seu constituinte teve as contas bancárias vasculhadas, mas que "não se encontraram milhões nenhuns".
Rogério Alves criticou o excesso de escutas telefónicas no processo e referiu que o MP acusa "por atacado", não fazendo corresponder a incriminação a factos concretos e isolados.
No final da sua exposição introdutória, Rogério Alves disse acreditar que, da montanha de imputações do MP, sairá um "rato".
Saragoça da Matta, advogado do empresário ligado à saúde Lalanda e Castro, também utilizou os 10 minutos cedidos para uma exposição inicial na qual falou do que considerou ser a falta de rigor técnico-jurídico da pronúncia.
Para o advogado, a preocupação da acusação foi construir uma narrativa ainda que desconexa, tendo por base uma "ligeireza técnico-jurídica", o que lamentou.
O julgamento do caso "Vistos Gold", que envolve Miguel Macedo, o ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado António Figueiredo e o ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Jarmela Palos, entre 21 arguidos, começou hoje na Instância Central Criminal de Lisboa.
O processo resultou da "Operação Labirinto", desencadeada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) em novembro de 2014 e que investigou a aquisição de vistos "Gold" por cidadãos estrangeiros interessados em investir e residir em Portugal e outros alegados negócios paralelos envolvendo altos responsáveis da Administração Pública.
Em causa estão indícios que para o Ministério Público e para o juiz de instrução criminal configuram crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder, tráfico de influência e branqueamento de capitais.
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