"Esse anúncio será feito em tempo oportuno, nos termos e nas condições que resultarem da análise cuidada que tem de ser feita", afirmou durante uma visita ao Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIIA), em Matosinhos, no distrito do Porto, parceiro português no desenvolvimento da aeronave militar KC-390.

Tal como outros 30 países, Portugal assinou uma carta de intenção de compra de até seis aeronaves KC-390, mas o negócio ainda não avançou nem tem calendário ou prazos de concretização definidos.

O KC-390 é o maior avião da Embraer e é também o maior projeto da engenharia aeronáutica portuguesa, no qual o CEIIA foi responsável pelo desenvolvimento, do conceito à certificação, de três módulos, sendo dois deles estruturas primárias (elevador e fuselagem central) e outro uma estrutura secundária (sponson).

"Como o primeiro-ministro disse por ocasião da vinda pela primeira vez fora do Brasil de um KC-390 ao continente europeu, essa decisão irá ser tomada em breve, irá ser anunciada em breve, não sendo ainda este o momento", vincou o governante.

Segundo Azeredo Lopes, as relações "virtuosas" entre as partes no desenvolvimento tecnológico, na associação de produção e criação de produtos têm, normalmente, boas consequências.

"A presença da Embraer em Portugal cria riqueza, emprego e estabiliza a investigação e desenvolvimento, dimensões que no século XXI são fundamentais para um país como Portugal com enormes capacidades científicas", referiu.

Azeredo Lopes defendeu que o papel da Defesa é o de facilitador, sendo o investimento "tanto mais feliz e importante", nomeadamente em capacidades militares, quanto mais possível for incorporar tecnologia, capacidades nacionais e que resultem de "diálogos" com países aliados e com vantagens para ambos.

"A Defesa é criadora de valor, a indústria da Defesa faz avançar a tecnologia, permitindo que tecnologias vocacionadas para a Defesa possam depois beneficiar o interesse público e as comunidades, uma vez que a sua utilização civil vai contribuir para o desenvolvimento económico, criação de riqueza e desenvolvimento industrial", entendeu.

O ministro salientou que Portugal e Brasil vão continuar a "falar e a avançar juntos" nas relações bilaterais de Defesa.

Por seu lado, o secretário de Estado da Defesa brasileiro, Flávio Basílio, considerou que em defesa ninguém trabalha sozinho, daí a cooperação entre os dois países ser benéfica e gerar vantagens para ambos.

"Nenhum país tem mercado para trabalhar sozinho com tecnologias tão complexas, por isso, fico muito feliz por ver que a parceria entre o Brasil e Portugal tem dado frutos muito importantes", realçou.

O KC-390, segundo a Embraer, é um avião que poderá ser usado para o transporte e lançamento de cargas e tropas, reabastecimento aéreo, busca e resgate e combate a incêndios florestais.

A possibilidade de o KC-390 poder ser utilizado no combate direto a incêndios é uma vertente que interessa em particular ao Governo português, tendo em conta a possibilidade de a Força Aérea vir a participar nessas missões.