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Eutanásia? "Sou absolutamente contra. Tratemos da vida primeiro"

“Tenho algumas dúvidas de que a maioria das pessoas saiba exatamente o que se está a discutir”, diz Manuela Ferreira Leite.

Eutanásia? "Sou absolutamente contra. Tratemos da vida primeiro"
Notícias ao Minuto

00:04 - 27/01/17 por Patrícia Martins Carvalho

País Comentário

A petição a pedir a despenalização da morte assistida já chegou à Assembleia da República para que seja objeto de discussão, razão pela qual o tema foi abordado por Manuela Ferreira Leite no seu comentário semanal na estação de Queluz.

A social-democrata confessou ser “absolutamente contra” a eutanásia, desconstruindo uma das bandeiras mais utilizadas pelos defensores da despenalização desta prática.

“Morrer com dignidade queremos todos, quem não morre por eutanásia não morre de forma indigna. Sou absolutamente contra independentemente de não saber o suficiente sobre a matéria, mas pressinto e sei o suficiente para perceber que se está a discutir algo sobre o qual pouco se sabe”, afirmou.

Nesta senda, Ferreira Leite disse não ter dúvidas de que o Presidente da República “vá desempenhar um papel importante” nesta discussão que é “importantíssima” e que é um “aspeto muito estruturante dos valores da nossa sociedade”.

A comentadora disse ainda que este é um tema que é “totalmente politizado quando se fala em liberdade de escolha”.

“Morrer é inevitável, por isso não constitui um direito, mas sim uma inevitabilidade”, afirmou, acrescentando que o que “está em causa é que se antecipe a morte de alguém executada por terceiras pessoas” que serão os médicos, pessoas que “ajudam a viver e não que podem antecipar uma morte”.

Assim, Manuela Ferreira Leite mostrou-se defensora de um investimento maior no sistema de cuidados paliativos em Portugal, pois, acredita, tal poderá melhorar as condições de vida das pessoas, afastando-as da ideia de anteciparem a própria morte.

“As pessoas que reclamam contra o facto de o país não ter cuidados paliativos generalizados e que os idosos estão abandonados sem apoio de qualquer natureza, são as mesmas pessoas que dizem que ao invés de lutarmos para melhorar o país devemos lutar para que essas pessoas possam pedir para morrer e haver quem os mate”, acusa.

“Isto não tem sustentação nenhuma do ponto de vista moral”

Perante esta questão, a social-democrata questiona: “Como é que se distingue a vontade clara de uma pessoa que quer morrer daquilo a que ela foi forçada a fazer pelo tratamento que não tem e pelo apoio familiar que não a rodeia?”.

“Primeiro tratemos da vida, porque a morte virá certamente”, remata.

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