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Padaria Portuguesa, "flexibilização" laboral e o debate nas redes sociais

O debate sobre a legislação laboral foi ‘aceso’ nas redes sociais, no dia em que a descida da temporária da Taxa Social Única (TSU) foi ao Parlamento – acabando por ser chumbada.

Padaria Portuguesa, "flexibilização" laboral e o debate nas redes sociais
Notícias ao Minuto

22:13 - 25/01/17 por Pedro Filipe Pina

País Mercado

Uma entrevista da SIC Notícias a Nuno Carvalho, sócio-gerente d’A Padaria Portuguesa, abriu caminho a um dia de acesas discussões em torno da legislação laboral.

A entrevista surgia num dia em que a decida temporária da TSU ia ser votada no Parlamento. A medida, recorde-se, foi acordada pelo Governo em sede de concertação social e foi apresentada pelo Executivo como uma compensação pela subida do ordenado mínimo nacional (que será de 557 euros). Foi chumbada ao final desta quarta-feira com votos contra do PSD, Bloco, PCP e d'Os Verdes. Mas vamos ao debate.

Nuno Carvalho, CEO da cadeia de pastelarias, adiantou, quando questionado pela jornalista da SIC Notícias sobre quantas pessoas recebem o salário mínimo n'A Padaria Portugesa, que na sua empresa representam “cerca de 25% da massa salarial em regime de transição com o salário mínimo”

Salientando que a empresa que gere não faria parte das eventuais beneficiadas pela medida, o gestor afirmou que “esta agenda política só interessa aos políticos” e defendeu que o que seria importante seriam “medidas estruturais e não temporárias”, nomeadamente a “flexibilização da contratação, do despedimento, do horário extra de trabalho”.

Atualmente, há “um entendimento tácito” entre empresas e funcionários, pelo que o horário de trabalho “não deve estar fechado a 40 horas semanais só porque a lei o diz”, acrescentou.

Indiferente a tais declarações não ficou Daniel Oliveira, comentador que integra o programa Eixo do Mal, da mesma cadeia televisiva, que recorreu ao Facebook para criticar a posição de Nuno Carvalho, apontando, entre outros pontos, a “percentagem absurda de trabalhadores (perdão, ‘colaboradores’) com salários abaixo de 557 euros”. 

(Nota: relativamente ao número de funcionários, o site d’A Padaria Portuguesa refere que em 2016 havia 40 lojas a funcionar, empregando cerca de 800 pessoas, o que quer dizer que cerca de 200 estariam no tal patamar de “regime de transição com o salário mínimo”).

Entre centenas de comentários, as posições dividiram-se na página do Facebook de Daniel Oliveira. E como não poderia deixar de ser, o tema tornou-se um dos assuntos do dia na plataforma Twitter. A página Trends24 mostra que A Padaria Portuguesa continua a marcar a agenda do Twitter.

Aí, o debate prolongou-se. Mário Amorim Lopes, que escreve no blogue O Insurgente, foi uma das figuras que manteve o debate sobre o tema, sugerindo, por exemplo, que os salários nesta cadeia de pastelarias é superior à média paga no setor da panificação.

Quem também não deixou o assunto cair em esquecimento foram os Precários Inflexíveis, organização que habitualmente se debruça sobre denúncias de abusos em contexto de mercado laboral. No seu site publicaram um artigo intitulado ‘10 provas que a Padaria Portuguesa tem patrões do século XIX’.

Saliente-se ainda que a entrevista da SIC Notícias mereceu também atenção (e acesa discussão) na página no Facebook do canal, bem como na do semanário Expresso, que integra o mesmo grupo de comunicação.

Se às redes sociais tantas vezes se critica a atenção dada a assuntos considerados menores, certo é que o dia de hoje fica marcado por este aceso debate em torno de legislação laboral.

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