Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
19º
MIN 14º MÁX 21º

Investigadores reclamam frente ao Parlamento estabilidade nas carreiras

Cerca de 60 investigadores científicos reclamaram hoje frente ao parlamento alterações na legislação do emprego científico, que consideram contribuir para a sua precariedade laboral, apesar de resolver a falta de benefícios sociais.

Investigadores reclamam frente ao Parlamento estabilidade nas carreiras
Notícias ao Minuto

17:07 - 18/01/17 por Lusa

País Protestos

Em frente à escadaria da Assembleia da República, o antropólogo Paulo Granjo afirmou que resolver o problema da falta de acesso à segurança social para os bolseiros foi "um avanço importante mas insuficiente".

"O decreto-lei tem uma série de problemas que têm que ser resolvidos, senão cria uma situação caótica no sistema científico nacional", disse à agência Lusa, pouco antes de entrar para o hemiciclo, onde hoje se discutirão dois pedidos de apreciação parlamentar em que o Bloco de Esquerda e o PCP sugerem alterações.

O deputado bloquista Luís Monteiro, que se encontrou com os investigadores em frente ao parlamento, disse à agência Lusa que "é inacreditável" que nenhuma associação de bolseiros esteja de acordo com o diploma.

"A lógica não pode ser trocar bolsas precárias por contratos de trabalho precários", argumentou, defendendo que o sentido da lei seja promover a entrada "nas carreiras de investigação científica".

Luís Monteiro declarou que "é óbvio que o PS tem responsabilidade acrescida nesta matéria e não pode continuar a argumentar que quer combater a precariedade dando contratos a prazo e precários", e considerou que a aprovação das alterações sugeridas "depende do bom senso e da possibilidade de o PS e a própria direita serem congruentes".

A química Ana Petronilho lamentou a "situação caricata" de o contrato a prazo que visa substituir a bolsa fazer "tábua rasa" do percurso até então feito, privando pessoas que chefiam equipas de investigação de continuarem com essas responsabilidades a meio dos projetos, porque os contratos acabam.

A socióloga Mónica Truninger, disse à Lusa que só "com uma paixão enorme" pela ciência é que se tolera "12 anos a fazer investigação para depois descer na categoria e no nível salarial".

Os investigadores querem garantir lugares efetivos para investigadores nas instituições, garantir a equidade no acesso aos concursos e manutenção dos rendimentos.

Entre os mais de 400 signatários do Manifesto para uma ciência com futuro e direitos estão nomes como o do ex-reitor da Universidade de Lisboa e candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa, o historiador José Mattoso, o sociólogo e ex-deputado eleito pelo PS Miguel Vale de Almeida ou o economista José Castro Caldas.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório