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Vítor Ramalho sublinha político que abriu o país a novos horizontes

O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, um dos amigos mais próximos de Mário Soares, considerou hoje que Portugal perdeu o homem que abriu o país a novos horizontes de democracia e afirmação no mundo.

Vítor Ramalho sublinha político que abriu o país a novos horizontes
Notícias ao Minuto

18:21 - 07/01/17 por Lusa

País Democracia

"Morreu um homem com H grande. Se é certo que D. João II corporizou a ousadia de uma forma corajosa, aquilo que foram os Descobrimentos de Portugal, que deram novos mundos ao mundo e abriram a globalização, Mário Soares foi o homem que encerrou esse ciclo, mas abrindo o país a novos horizontes de democracia, de tolerância e de afirmação de Portugal no mundo", disse Vítor Ramalho à agência Lusa.

Amigo há décadas de Mário Soares, com quem partilhou "assuntos pessoais e questões políticas", Vítor Ramalho contou que recebeu a notícia da morte do antigo Presidente da República com "profunda consternação e dor", apesar de já estar à espera deste desfecho.

"Ele era uma enciclopédia ambulante do ponto de vista da cultura, mas era um homem também prático, direto, frontal, tolerante, um homem que combatendo antes do 25 de abril a ditadura, fê-lo nos mesmos termos e com a mesma coragem depois do 25 de abril. Não há outra personalidade portuguesa que se tenha projetado no mundo como ele. Ele foi o Homem, de facto. Ele foi o mais velho de todos nós", sublinhou Vítor Ramalho.

O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa destacou, também, o papel de Mário Soares na União Europeia e "na luta contra o totalitarismo que condicionasse a liberdade", quer antes, quer depois do 25 de abril, vincando uma qualidade do seu amigo, que é a "pedra de toque de todo o político: a coragem".

Vítor Ramalho recordou, ainda, o legado de Mário Soares como anticolonialista e defensor da liberdade nas relações com as ex-colónias.

"Um Portugal que se exprime, hoje, como a quarta língua mais falada do mundo, em laços de fraternidade que não podem ser negligenciados pelos nossos irmãos que falam a nossa língua. E ele fê-lo como ninguém, porque sendo um anticolonialista desde a primeira hora, defendeu também a noção de liberdade nas relações externas, mesmo com esses países e esses povos", frisou Vítor Ramalho.

O antigo Presidente da República Mário Soares morreu hoje aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde se encontrava internado desde o dia 13 de dezembro.

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