Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 13º MÁX 19º

"Sem avanços nos acordos de Minsk, sanções à Rússia manter-se-ão"

O Governo português defende que as sanções impostas pela União Europeia à Rússia apenas devem ser levantadas caso haja avanços na aplicação dos acordos de paz de Minsk, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, no parlamento.

"Sem avanços nos acordos de Minsk, sanções à Rússia manter-se-ão"
Notícias ao Minuto

21:56 - 05/12/16 por Lusa

País Governo

"Sem avanços nos acordos de Minsk, não faz sentido levantar sanções. Quaisquer avanços na implementação dos acordos devem ser valorizados também no plano das sanções. Foi isso que o primeiro-ministro quis dizer", disse Augusto Santos Silva, que participou hoje numa audição conjunta com o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, pelas comissões parlamentares de Negócios Estrangeiros, de Assuntos Europeus e de Defesa Nacional sobre a implementação da estratégia global da União Europeia em matéria de segurança e defesa.

O chefe da diplomacia respondia ao deputado do PSD Duarte Marques, que questionara os dois governantes sobre declarações do primeiro-ministro, António Costa, que "defendeu o fim das sanções à Rússia, e a única razão que deu foi que eram contraproducentes".

"A Rússia colhe cada vez mais, infelizmente, muitas simpatias, dentro da União Europeia. Vários Estados-membros são hoje claramente pró-política de [Vladimir] Putin", o Presidente russo, disse Duarte Marques.

Santos Silva recordou que as sanções foram impostas pela União Europeia (UE) à Rússia na sequência da "ocupação ilegal" da Crimeia, na Ucrânia, em 2014, e "são sujeitas a uma revisão semestral".

Em outubro, no final de uma cimeira de líderes da UE, em Bruxelas, António Costa defendeu uma aposta no "diálogo e na aproximação" para restabelecer "uma boa relação de cooperação" com a Rússia, opondo-se a novas sanções, cuja eficácia é "bastante duvidosa".

"Portugal tem entendido que nós devemos passar mais para a fase da cooperação do que para a fase da sanção. As sanções, aliás, têm tido uma eficácia bastante duvidosa, e no que nos diz respeito têm sido penalizadoras de vários setores económicos. Não é nossa ambição que se mantenham as que existem, muito menos que sejam alargadas novas sanções", declarou o primeiro-ministro português.

Santos Silva referiu hoje que Portugal defende, tal como a União Europeia e a NATO, "uma relação de duplo registo" com a Rússia.

Por um lado, há uma "defesa firme dos nossos interesses e, em particular, de condenação dos atos que a Rússia empreendeu em 2014, a ocupação ilegal da Crimeia e o comportamento no conflito que grassa no leste da Ucrânia", e, por outro, procura-se "um diálogo político tão regular e permanente quanto possível, explorando interesses comuns, quer da NATO quer da Rússia, designadamente no combate ao terrorismo global", explicou.

De seguida, o ministro da Defesa disse que "ser a favor ou contra sanções, não significa ser a favor ou contra um regime", alertando para as implicações das sanções nos direitos humanos.

Os acordos de Minsk (Bielorrússia) foram assinados entre as partes em conflito - Ucrânia, Rússia e as autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk (LNR) - para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia, mas mantêm-se os conflitos no terreno.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório