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Miranda do Douro restaura peça "singular" do século XVIII

A Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) anunciou a conclusão do restauro do 'Marcador do Tempo' da Concatedral de Miranda do Douro, que descreve como uma das mais "singulares" peças da história da relojoaria do século XVIII.

Miranda do Douro restaura peça "singular" do século XVIII
Notícias ao Minuto

10:23 - 06/11/16 por Lusa

País Relógio

O restauro do mecanismo foi feito no âmbito do projeto da Rota das Catedrais, levado a cabo pelo DRCN, acreditando os técnicos que trata uma "caso raro da relojoaria em Portugal".

Segundo Jorge da Costa, técnico superior da DRCN, o 'Marcador do Tempo' é um mecanismo da chamada relojoaria grossa, um antepassado da relojoaria de precisão, composto por peças com alguma dimensão e escala que funciona através de cordas que colocavam o relógio em marcha durante um dia.

"Este é um dos primeiros mecanismos de medição do tempo. Dispunha de um único ponteiro que marcava os quartos de hora, tendo as pessoas de se guiarem ao longo do dia por relógios de sol, e pela sua posição, para saberem a hora certa do dia", frisou, sublinhando assim a complementaridade, em termos práticos, dos dois sistemas.

Com o envolvimento de serralheiros, "cada peça foi trabalhada até adquirir a forma pretendida para trabalhar em conjunto com outras peças e cavilhas" explicou o investigador.

Os técnicos avançam que este tipo de "Marcador do Tempo" pode ter origem em Espanha, já que há relatos de diversas peças semelhantes que estiveram em funcionamento em localidades raianas.

"Em concreto, ainda não sabemos a origem da peça em questão. Contudo, por similitude, podemos acreditar que a sua origem é espanhola", enfatizou Jorge da Costa.

Por seu lado, o Diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte, garante que há notícia da existência de mecanismos idênticos, entretanto desaparecidos ou substituídos por aparelhos modernos.

"O marcador do tempo da antiga Sé de Miranda será, talvez, o exemplar mais autêntico e (agora) mais bem conservado deste tipo de relógios arcaicos que chegaram aos nossos dias, já que a revolução tecnológica acabou por relegar estas peças singulares para segundo plano", acrescentou o responsável.

A relojoaria foi evoluindo para uma relojoaria mais precisa, de menor dimensão e portátil, o que veio acabar com este tipo de mecanismo que só era visto em localidades com "alguma importância civil militar e religiosa", como foi o caso da cidade fronteiriça de Miranda do Douro, outrora sede de diocese e praça militar.

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