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"Este processo acabou". Palavra de José Sócrates

O principal arguido da Operação Marquês é o convidado, desta quarta-feira, do ‘Jornal das Oito’ da TVI.

"Este processo acabou". Palavra de José Sócrates
Notícias ao Minuto

21:16 - 26/10/16 por Patrícia Martins Carvalho

País Entrevista

Embora o tema da conversa fosse o livro ‘O Dom Profano – Considerações sobre o carisma’ que chega amanhã, quinta-feira, às livrarias, foi inevitável ao antigo comentador da estação pública de televisão não se debruçar sobre processo judicial no qual é arguido.

Questionado por Judite de Sousa quanto à decisão do Tribunal da Relação de não lhe dar razão relativamente à queixa de parcialidade do juiz Carlos Alexandre, Sócrates foi perentório: "no meu ponto de vista [é uma decisão] incorreta".

Mas congratulou-se com o facto de o processo estar a "decorrer à frente de todos os portugueses".

"Passou-se à frente de todos. O juiz decidiu dar uma entrevista fazendo uma insinuação maldosa a meu respeito e maldosa porque é falsa e não tem o mínimo fundamento. Isto espelha, no meu ponto de vista, uma desconsideração daquilo que é o fundamento da legitimidade de um juiz, que é a imparcialidade", frisou.

Questionado sobre a duração que o processo relativo à Operação Marquês já leva, Sócrates diz que se trata de um "escândalo" porque foi detido "ilegalmente", preso "abusivamente e injustificadamente" e "ao fim de dois anos não apresentam uma acusação".

"Um dos direitos do cidadão é saber que o Estado tem um prazo para o poder considerar suspeito. Este processo acabou quando o Tribunal da Relação decretou que o fim do processo era a 18 ou 19 de outubro do ano passado", apontou.

Mudando de assunto e falando no seu livro, o antigo primeiro-ministro explicou que esta obra surge porque atualmente se “coloca a questão da liderança política”.

“Houve uma tendência nos últimos 20 anos de passarmos as áreas mais nobres da política para entidades administrativas independentes, como é o caso da regulação dos mercados de capitais, as matérias de política monetária que são entregues aos bancos centrais, entre outros. Em Portugal até entregámos a nomeação dos altos funcionários a uma entidade administrativa pretensamente independente”, referiu.

Nesta senda, Sócrates considera que há um “governo de funcionários que representa uma deriva tecnocrática pouco compatível com aquilo que é a necessidade de uma legitimidade democrática”.

“E é por isso que se coloca a questão da liderança política e é essa a razão que me levou a escrever este livro”, apontou.

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