A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) comentou os dados do estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre o envelhecimento crescente do corpo docente.
A investigação, hoje divulgada, concluiu que quanto mais velhos são os professores, maior é a indisciplina em sala de aula.
“Este estudo vem reforçar a justeza das preocupações há muito manifestadas pela Fenprof”, lamentou o Secretariado Nacional da federação em comunicado.
“Para além de preocupante, este problema é alarmante, se tivermos em conta o envelhecimento crescente da profissão”, acrescenta o documento, enviado às redações.
Sobre o facto de os professores portugueses serem dos que têm horários de trabalho mais carregados, a Fenprof diz que esta é uma situação que “decorre da deliberada indefinição dos conteúdos das componentes letiva e não letiva”.
“Está a provocar um tremendo desgaste aos profissionais, que são ainda sobrecarregados com tarefas burocráticas e inúmeras reuniões que recaem sobre os tempos destinados à reflexão, preparação das aulas e avaliação dos alunos, ou seja a componente não letiva individual”.
O congelamento da carreira e a “desvalorização salarial e social” são outros problemas da profissão, lamenta a Fenprof.
Ao Governo, a federação pede “medidas que introduzam melhores condições de trabalho, libertem o trabalho dos docentes de tarefas dispensáveis e transfiram outras para os profissionais adequados, ajustem os horários de trabalho, reduzam o número de alunos por turma, introduzam alterações curriculares no sentido da formação para uma cidadania plena, tomem medidas promotoras da paz e da não violência na escola”.
Pede-se ainda uma redução do tempo de serviço para a aposentação dos docentes, sem perda de remuneração, “antes de este desgaste se transformar em doença e em desajustamentos profissionais”.