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É preciso "olhar seriamente" para situação da GNR

O presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, considerou hoje que é preciso "olhar seriamente" para a situação desta força de segurança, sob pena de haver mais crimes como os de Aguiar da Beira.

É preciso "olhar seriamente" para situação da GNR
Notícias ao Minuto

20:57 - 13/10/16 por Lusa

País César Nogueira

Em declarações aos jornalistas no final do funeral do GNR assassinado na madrugada de terça-feira, César Nogueira disse estar provado que os militares cumprem o juramento que fazem de defender os cidadãos e os seus bens.

"Nós cumprimos o nosso juramento, os nossos governantes é que não cumprem aquilo que juram", lamentou.

O dirigente associativo disse temer que passe "esta onda de revolta" pelos crimes de terça-feira em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, e depois vá "tudo voltar ao mesmo, sem nada ser feito".

"É preciso olhar para isto seriamente, caso contrário vai voltar a acontecer", alertou.

Segundo César Nogueira, o que os militares querem é que olhem para eles como seres humanos e não como "um número que tem que dar número".

Na sua opinião, o Governo falha na "falta de apoio" e na "falta de meios".

"Ainda agora abriu mais um concurso com mais 300 novos guardas. 300 não servem para nada, porque está mais do que visto que a guarda tem um défice de efetivo", afirmou, admitindo que também "tem certamente uma má gestão dos recursos humanos", porque não necessários "homens no terreno e por norma são desviados para outro tipo de serviços que podem ser feitos até por civis".

Durante o funeral de Carlos Caetano, militar do posto de Aguiar da Beira, foi lida uma mensagem do bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança na qual alertou para o risco de futuramente "poucos ou nenhuns" quererem entrar na GNR.

Manuel Linda lamentou que, por um lado, se viva numa sociedade onde se mata "por dá cá esta palha" e, por outro, as forças de segurança sejam "ignoradas pela maioria, menosprezadas por muitos e até odiadas por alguns".

"Qualquer dia sujeitamo-nos a que poucos ou nenhuns queiram entrar nesta força de segurança, porque a dureza da vida é enorme, a exposição social incomoda e a compensação, concretamente o salário, é muito pequena", considerou.

Carlos Caetano e um civil foram assassinados a tiro na madrugada de terça-feira em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, onde também um outro militar e uma civil ficaram feridos com gravidade.

Já durante a tarde do mesmo dia, na zona de Candal, em S. Pedro do Sul, um outro militar da GNR foi também ferido com uma arma de fogo.

Na sequência do tiroteio em Aguiar da Beira, a GNR montou uma operação policial para encontrar o principal suspeito, que decorreu até ao final da tarde de quarta-feira, incidindo na zona entre os concelhos de S. Pedro do Sul (distrito de Viseu) e de Arouca (distrito de Aveiro).

A operação foi suspensa nessa zona, sendo desmobilizada grande parte dos meios, mas a GNR assegurou às populações a manutenção de militares a fazer policiamento de proximidade.

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