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Corretores de seguros querem maior profissionalização do setor

A nova Lei da Intermediação de Seguros abre caminho para uma maior profissionalização do setor, implicando uma redução no número de profissionais habilitados para a função, que ascende a 23.000 pessoas, segundo a associação de corretores de seguros.

Corretores de seguros querem maior profissionalização do setor
Notícias ao Minuto

10:38 - 13/10/16 por Lusa

País Legislação

Esta é uma das matérias que vai estar em destaque no 8.º Congresso de Mediação de Seguros, que vai juntar cerca de 800 profissionais no Estoril, na sexta-feira, a par da concorrência com a banca e dos desafios que a economia digital traz para o setor, antecipou à Lusa Luís Cervantes, presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE).

"Os temas quentes que vamos discutir têm a ver com toda a evolução da profissionalização do setor. Hoje existem 23 mil pessoas que estão habilitadas para estar na mediação de seguros e pretendemos fazer uma maior profissionalização, pelo que é normal que a evolução seja no sentido da redução deste número de operadores", realçou o responsável.

De acordo com a APROSE, existem atualmente 10.161 pessoas singulares a desempenhar o papel de agentes, enquanto as empresas que se dedicam à mediação são 2.835, um cenário que se vai alterar quando for transposta para o direito português a nova lei que regula o setor, que está sob consulta pública e resulta de uma diretiva comunitária.

"Simultaneamente também vão ser discutidos dois temas importantes: Por um lado, a questão da concorrência com a banca e com a banca-seguros, onde estão criadas condições - com a evolução da lei da mediação - para uma concorrência perfeitamente leal e combater alguns aspetos de que temos sido alvo e que decorrem de algumas queixas que temos feito junto da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD)", acrescentou.

Segundo Luís Cervantes, em causa está o "uso indevido de dados por parte da banca na área da venda de seguros", tendo a APROSE apresentado a primeira queixa à CNPD há cerca de um ano, não tendo ainda havido uma decisão.

"Vamos discutir todos estes temas e também os desafios que o futuro nos traz, nomeadamente, toda a evolução no comportamento do consumidor e tudo o que tem a ver com o aspeto relacional com os clientes no âmbito da evolução para uma economia mais digital", salientou o líder da APROSE.

Os dados da associação mostram que, nos seguros não Vida (automóvel, acidentes pessoais e multirriscos, entre outros), são os corretores e agentes que dominam a distribuição, com uma quota de mercado próxima dos 72%, seguidos pelos bancos (17%), e pelos canais diretos (internet e telefone), com uma quota de 2,3%.

Já nos seguros Vida, o panorama muda e é a banca que tem a maior quota de mercado (quase 80%), essencialmente devido aos seguros que comercializa associados aos créditos à habitação e ao consumo, seguida pelos corretores e agentes (16%), e, por último, pelos canais diretos (apenas 0,1%).

Os 20 maiores corretores portugueses controlavam 84% do volume de negócios em 2014, o último ano em que há números disponíveis quando, em 2007, controlavam pouco mais de 70%.

"Os últimos dados disponíveis mostram um setor que se alterou profundamente e o exemplo disso é o forte aumento da concentração do negócio de mediação nas maiores empresas e no desaparecimento gradual dos agentes individuais", assinalou a APROSE.

Em valores absolutos, em 2007, o volume médio controlado por cada um dos 20 maiores corretores rondava os 3,6 milhões de euros e, em 2014, cresceu para 4,6 milhões de euros.

Para os restantes corretores, o volume de negócios médio era de 1 milhão de euros em 2007 e de 1,43 milhões de euros em 2014.

Já os 20 maiores agentes empresas controlavam 23% do volume de negócios em 2014, contra 17% em 2007. Em valores absolutos, em 2007, o volume médio controlado por cada um dos 20 maiores agentes-empresa rondava os 1,2 milhões de euros, valor que subiu para 2,9 milhões de euros em 2014.

Para os restantes agentes empresa, o volume de negócios médio era de 93 mil euros em 2007 e de 114 mil euros em 2014.

Finalmente, os agentes individuais controlavam 3,1% do mercado em 2007 e 3,85% em 2014. Em valores absolutos, em 2007, o volume médio controlado por cada um dos 20 maiores agentes individuais rondava os 217 mil euros, montante que caiu para 165 mil euros em 2014.

Para os restantes agentes individuais, o volume de negócios médio era de 10,9 mil euros em 2007 e de 8 mil euros em 2014, "o que mostra bem o pouco peso que estes mediadores representam na distribuição de seguros", rematou a associação.

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