Desenvolvimento e segurança precisam de cooperação, diz ministro
O ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu hoje que "não há desenvolvimento sem segurança, nem segurança sem desenvolvimento" sem a cooperação dos países da região euro-mediterrânica, confrontada com o problema do terrorismo e a crise migratória.
© Global Imagens
País Santos Silva
"Se não há desenvolvimento sem segurança, é impossível ter segurança sem desenvolvimento, sem investimento, sem oportunidades de trabalho, sem pequenas e médias empresas, sem perspetivas profissionais para os jovens", declarou Augusto Santos Silva na abertura do no seminário "Desafios futuros na região euro-mediterrânica", uma iniciativa do grupo informal de sete países-membros da UE da zona do Mediterrâneo (Med7) - Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Grécia e Chipre.
O chefe da diplomacia portuguesa afirmou, na sessão que contou também com a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, que "nunca é demais sublinhar a importância dos vizinhos do Sul", pela proximidade, recursos energéticos e potencial económico e humano.
Portugal e os restantes membros do grupo Med7 têm "responsabilidades acrescidas" na recuperação económica, através da proteção ao investimento para impulsionar o crescimento económico naqueles países, e na obtenção de um compromisso sério da UE na estabilização da região euro-mediterrânica.
Santos Silva afirmou que a prioridade da diplomacia portuguesa na última década tem sido o desenvolvimento dos fluxos económicos com os vizinhos do Sul do Mediterrâneo e Médio Oriente, nas visitas que realizou a Marrocos, Argélia, Tunísia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Arábia Saudita, Omã, Qatar, Koweit e Bahrein, estando em preparação uma deslocação a Israel e Palestina.
"Estas visitas - prova da importância que damos ao Mediterrâneo - foram muito positivas porque consolidaram os laços já muito próximos com os nossos parceiros do Sul, com quem partilhamos traços culturais e de identidade, que nos diferenciam e facilitam muito os contactos políticos e trocas comerciais", garantiu o ministro.
Sobre o Med7, Augusto Santos Silva disse à Lusa que o objetivo é "trazer para a UE o olhar próprio dos países europeus mediterrânicos" para "fortalecer o projeto europeu e a unidade europeia".
"A cooperação com os vizinhos que estão do lado de lá do mar Mediterrâneo é um elemento essencial que nos articula e coordena", sublinhou o ministro sobre o Med7, que deverá realizar em janeiro em Lisboa a segunda cimeira de chefes de Estado e de Governo.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Med7, estabelecido em 2013, reuniram-se já três vezes. Em Alicante (Espanha) em 2014, em Paris (França) em 2015 e em Limassol (Chipre) em fevereiro deste ano.
Em paralelo, os representantes permanentes destes países junto da UE mantêm encontros mensais em Bruxelas para melhor coordenação em temas de interesse comum.
A primeira reunião de chefes de Estado e de Governo dos sete países mediterrâneos da UE decorreu, em setembro, em Atenas.
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