Meteorologia

  • 18 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 16º MÁX 25º

Acidente A23: "No final disto tudo , espera-se justiça", diz advogada

Castelo Branco, 11 out - O Tribunal de Castelo Branco iniciou hoje o julgamento cível sobre o acidente registado em 2007, na A23, no qual morreram 17 pessoas, um processo que se espera longo, com várias sessões e muitos advogados.

Acidente A23: "No final disto tudo , espera-se justiça", diz advogada
Notícias ao Minuto

14:21 - 11/10/16 por Lusa

País Julgamento

O julgamento para o apuramento da responsabilidade civil, que está a decorrer no edifício do antigo Governo Civil de Castelo Branco, inicia-se sete anos após a entrada da primeira ação em tribunal e tem como réus as seguradoras das duas viaturas envolvidas no acidente, um ligeiro de passageiros e um autocarro, e a concessionária da autoestrada A23.

A advogada Teresa Pereira, que representa a maior parte do número de vítimas, 14 famílias de pessoas que morreram no acidente e 11 feridos, disse à entrada da sessão que espera justiça no final deste julgamento, que se presume longo.

"No final disto tudo [julgamento], espera-se justiça. As pessoas esperam desde 2009 por esta justiça cível, porque a justiça crime já teve o seu desfecho e acabou em 2011. O processo é complicado, tem muita gente envolvida", afirmou.

A causídica explicou que este julgamento é exclusivamente para determinar os danos, quer civis, quer de responsabilidade civil.

"Agora estamos única e exclusivamente a ver danos, danos civis, responsabilidade civil. O processo nesta parte entrou em 2009. Já foi à Relação, já foram chamadas mais pessoas e, portanto, é normal que o processo esteja a desenrolar-se e a ter os seus trâmites normais. Para quem está de fora parece que é uma coisa muito longa mas, na realidade não é", frisou.

Questionada sobre os valores de indemnização que estão em jogo, a advogada limitou-se a dizer: "Não faço a mínima ideia, mas falamos de números bastante avultados", concluiu.

Em relação aos familiares das pessoas que morreram e aos feridos no acidente, as reações e as opiniões sobre este julgamento dividem-se.

À Lusa, Joaquim Vilela dos Santos, um dos sobreviventes cuja mulher morreu no acidente, disse não saber o que deve esperar: "Vou encarar com calma. Fico à espera que nos deem uma indemnização".

Outra das vítimas, Carlota Pereira, que esteve internada três semanas no hospital, espera que seja feita justiça.

"Que se dê o problema como resolvido e que se chegue a um bom senso", sublinhou.

Já João Candeias, cuja esposa foi uma das 17 vítimas mortais, mostra-se apreensivo em relação a este julgamento.

"Não espero nada, já. Isto já devia ter sido resolvido e não foi. Não tenho confiança nenhuma", concluiu.

O acidente ocorreu na noite de 05 de novembro de 2007, na autoestrada 23 (A23), próximo de Vila Velha de Ródão, quando um autocarro que transportava 38 elementos da universidade sénior de Castelo Branco e um veículo ligeiro embateram, causando a morte a 17 pessoas.

A parte criminal do processo foi julgada em 09 de dezembro de 2009, data em que o Tribunal de Castelo Branco condenou a condutora do veículo ligeiro envolvido no acidente da A23 a quatro anos e quatro meses de prisão com pena suspensa e absolveu o motorista do autocarro.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório