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Taxistas permanecem junto ao aeroporto "por tempo indeterminado"

Os taxistas em protesto junto ao aeroporto de Lisboa prometem permanecer no local por "tempo indeterminado", após uma reunião inconclusiva de cerca de três horas com o ministro do Ambiente.

Taxistas permanecem junto ao aeroporto "por tempo indeterminado"
Notícias ao Minuto

19:46 - 10/10/16 por Lusa

País Manifestação

No entanto, cerca das 19h00, a Polícia de Segurança Pública (PSP) estava a negociar com os taxistas para que retirassem os carros da Alameda das Comunidades Portuguesas, que liga o aeroporto à rotunda, sem necessidade de recorrer à força. No local, a polícia tem sete reboques e vários elementos policiais, nomeadamente da Unidade Especial de Polícia (UEP), Equipas de Intervenção Rápida (EIR) e do trânsito.

À tarde, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, apelou aos taxistas concentrados para não abandonarem o local, após uma reunião com o ministro, da qual disse trazer "uma mão cheia de nada".

Carlos Ramos calculou que estivessem presentes na manifestação quatro mil carros, adiantando que na cidade de Lisboa poucos estavam a trabalhar, mas a polícia não adiantou números. Cerca das 19h00, já muitos taxistas tinham desmobilizado, permanecendo algumas centenas de veículos.

Também o dirigente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida, disse aos jornalistas que os taxistas iriam ficar no local "por tempo indeterminado", até que o Governo resolvesse a situação.

"Houve algumas coisas que o Governo disse estar recetivo a aceitar, mas a questão dos contingentes não está fixada", afirmou.

Ao início da tarde, os representantes dos táxis foram convocados pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes (que tutela os transportes urbanos), para uma "reunião de urgência" que durou cerca de três horas e que, segundo o governante, foi "bastante produtiva", apesar de se manter a "divergência profunda" em relação à criação de um contingente para as novas plataformas de transporte rodoviário, como a Uber e a Cabify (as duas que operam em Portugal).

Os táxis operam segundo um contingente definido e o setor admite que há viaturas a mais a circular em Lisboa.

O ministro adiantou ainda que se discutiu uma nova proposta que visa que, no caso de os taxistas aceitarem a descaracterização dos seus carros (tal como os que estão ligados às plataformas), o prazo de 60 dias para a perda da licença seja alargado até "um ou dois anos".

Depois da saída da marcha lenta do Parque das Nações, um grupo de taxistas que participava na manifestação saiu dos carros e bloqueou o acesso ao aeroporto, registando-se confrontos com a polícia, que tentou impedir o bloqueio, perto das 11h00, junto à rotunda do Relógio.

Os ânimos exaltaram-se e os taxistas acabaram por atirar à polícia garrafas de água, sumos e um 'very-light'. Os agentes responderam disparando um tiro de aviso de 'shot-gun' para afastar os manifestantes e gás pimenta.

Na sequência dos confrontos, a PSP deteve três pessoas que participavam na manifestação, mas, ao final do dia, duas delas foram libertadas e serão julgadas em processo sumário.

O terceiro detido será presente ao Ministério Público na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).

As detenções deveram-se ao lançamento de um artefacto pirotécnico contra os agentes e a vandalismo a um carro a Uber, adiantou fonte oficial da PSP.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou ao final da tarde que o balanço global da manifestação era até ao momento positivo, sublinhando que, tirando um episódio, foi pacífica e possibilitou o contacto com os vários órgãos do poder político.

O Metro de Lisboa registou de manhã "um aumento da procura", devido à manifestação, disse à agência Lusa fonte da empresa, acrescentando que houve um reforço do serviço prestado aos utentes.

Já o serviço de autocarros da Carris verificou perturbações "nos troços e carreiras que passam pela zona em que a manifestação se encontra parada", junto ao aeroporto Humberto Delgado.

O protesto tinha como destino a Assembleia da República, mas os carros nunca passaram da rotunda do Relógio.

Os taxistas protestam contra a regulação proposta pelo Governo da atividade das plataformas de transportes de passageiros que permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para 'smartphones'.

Os operadores que estão ligados a estas plataformas não têm de cumprir os mesmos requisitos - financeiros, de formação e de segurança - do que os táxis.

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