Candidato equaciona médicos em exclusividade com pagamento justo
O candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães revelou hoje que pretende promover a revisão da carreira médica para voltar a introduzir "a possibilidade de os médicos optarem pela dedicação exclusiva em condições financeiramente favoráveis".
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País Ordem dos Médicos
A medida foi destacada por Miguel Guimarães na sessão de apresentação de candidatura às eleições para o triénio 2017/2019, realizada hoje no Porto, a par da intenção de propor ao Ministério da Saúde "a alteração da legislação relativa às nomeações dos diretores clínicos nos hospitais e Agrupamentos de Centros de Saúde, no sentido de passarem a ser eleitos interpares".
O atual presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos indicou ter como "objetivo fundamental" assegurar aos médicos "a dignidade e respeito que merecem mas que a pressão do poder político e económico se tem esforçado por diminuir".
Miguel Guimarães pretende, ainda "defender os médicos das elevadas e continuadas pressões e ofensas públicas e privadas a que são submetidos é um imperativo ético nacional".
O candidato defende "a qualidade da formação dos médicos, aplicar com rigor a ética e deontologia médicas" e a penalização das "más práticas ou outras violações do Código Deontológico".
"Só assim estaremos a defender a qualidade da medicina e os doentes", observou.
"Entendo reunir as condições necessárias para atingir esse objetivo. Tenho muitos anos de experiência como dirigente na Ordem dos Médicos, conheço detalhadamente o seu funcionamento interno e - como aqueles que acompanharam o trajeto como presidente do Conselho Regional do Norte facilmente reconhecerão - envolvo-me de forma dedicada à instituição", sustentou, vincando não ser pessoa "para deixar os projetos a meio".
"Entendo que devo prestar este contributo à Ordem e completar um ciclo de trabalho ao serviço dos médicos", frisou.
Guimarães prometeu, ainda, ser "um bastonário de corpo e a tempo inteiro, presente, dedicado, envolvido e cooperante".
"Não serei um dirigente a tempo parcial, a exercer o cargo de quando em vez. A Ordem e os médicos merecem-me esse respeito. O cargo de bastonário da Ordem dos Médicos, como de resto prevê a última revisão dos Estatutos, não se compadece com esse tipo de amadorismos e os desafios vão ser muitos para aperfeiçoar o funcionamento interno e externo da organização", vincou.
Miguel Guimarães afirmou o seu compromisso eleitoral como "extraordinariamente exigente do ponto de vista das funções institucionais da Ordem dos Médicos", designadamente na "regulação da qualidade formativa e na sua função disciplinar e deontológica".
Só sendo rigoroso nessa matéria é que poderemos manter o prestígio que a instituição goza na sociedade portuguesa", explicou.
O atual presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos notou que "o papel afirmativo que a Ordem desempenhou nos últimos anos gerou muitos incómodos em alguns setores da sociedade", em particular "na classe política, que procurou e continua a procurar menorizar essa capacidade de intervenção, apodando-a de sindicalista e contrapoder".
"Não é verdade que o tenha sido. Nem é verdade que o tenha de ser, sejamos claros. Mas o que a Ordem dos Médicos nunca poderá ser é uma entidade controlada pelos partidos políticos, ao serviço de interesses instalados e lances de carreira", sustentou.
Para o candidato, "a independência da Ordem é fundamental para cumprir com elevação e exigência o seu papel de defesa: da qualidade da Medicina praticada, dos valores éticos, morais e deontológicos da profissão, da relação com os doentes e dos cuidados de saúde".
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